Cervejas

Cerveja perfeita: o copo ideal para apreciar cada estilo da bebida

Cilene Saorin

Cilene Saorin

Colunista do UOL
  • Divulgação

    A belga Tripel Karmeliet: taça exclusiva para perfeita apreciação

    A belga Tripel Karmeliet: taça exclusiva para perfeita apreciação

Quando pensamos em diferentes bebidas – como, por exemplo, vinhos, conhaques, uísques, cervejas, saquês, cachaças, águas, chás, cafés – é muito comum associarmos, rapidamente, um padrão de copo, taça ou xícara para melhor servir cada uma delas. E isso acontece porque, ao longo da vida, aprendemos que é muito bom tomarmos água em grandes goles, vinho em taça elegante e café na xícara antiga da família.

Muitas vezes fazemos essas escolhas de forma intuitiva ou emocional, entretanto, à medida que temos oportunidade de conhecer melhor as variações e as nuances de uma bebida, passamos também a entender essas escolhas de forma conceitual. Por exemplo, você idealmente escolheria tomar um espumante em copo americano ou um vinho de sobremesa em taça flûte? Impensável, diriam os apreciadores de vinhos em tom quase indignado. Pois esse erro que, parece inimaginável no mundo dos vinhos, é daqueles mais frequentes na cena cervejeira.

Revelar o que a bebida tem de melhor a oferecer. Essa é uma das tarefas primordiais que a taça precisa cumprir ao degustarmos uma cerveja. Se erramos na escolha da taça, erramos muito. Para apreciar plenamente os diferentes tipos de cerveja e suas particularidades, é muito importante que a taça seja adequada ao estilo – exatamente como nos vinhos.

As taças são concebidas em variados desenhos com a intenção de equalizar a percepção sensorial das cervejas: a cor e a espuma, a evolução dos aromas, o fluxo do gole, a temperatura, a textura e o sabor. Ou seja, da aparência e beleza aos aromas e equilíbrio, as taças devem apresentar a personalidade e a proposta de consumo da bebida. Existe, inclusive, certa engenharia por trás das taças, que prevê estudos e ajustes de parâmetros como formato, tamanho, diâmetro da boca, espessura e acabamento da borda (cortada e polida ou arredondada).

A tulipa, por exemplo, em seu formato esguio, cônico e elegante, é ideal para cervejas leves, refrescantes e de aromas delicados, como as do estilo Pilsner. Nesses casos, os aromas se revelam rapidamente em goles generosos para saciar a sede. Como referência, recomendo degustar, em suas respectivas taças, a alemã Krombacher (4,8%, kit 1 garrafa 600 ml e 1 taça 200 ml, R$ 28,50, na Elementar, www.elementar.com.br) e a espanhola Estrella Galicia (5,5%, kit 6 garrafas 330 ml e 1 taça 200 ml, R$ 34,90, na Elias, http://www.supermercadoelias.com.br/).

Já o cálice é indicado para receber cervejas encorpadas, alcoólicas e de aromas complexos, como as do estilo Tripel. Com seu formato ornamentado, corpulento e de bordas convergentes, a apreciação se dá em pequenos goles com os aromas se revelando aos poucos. Bons exemplos dessa proposta são a belga Karmeliet (8%, kit 4 garrafas 330 ml e 1 taça 330 ml, R$ 109,90, na Puro Malte, www.puromalte.com.br; ou veja outra opção na ficha técnica abaixo) e a brasileira Wäls Tripel (9%, kit 1 garrafa 750 ml e 2 taças 300 ml, R$ 90,99, na Empório Veredas, http://www.emporioveredas.com.br/).

Mas, ainda que seja maravilhoso poder atender a essas recomendações de taças em casa, sabemos que muitas vezes isso é difícil por questões financeiras. Por isso, vale lembrar que o formato da taça de vinho branco é recomendado como padrão de degustação, podendo ser assim uma saída simples e elegante para serviço dos mais variados estilos de cerveja.

Por fim, é fundamental também não esquecer os cuidados em relação à limpeza das taças, à temperatura de degustação – quando muito baixas, não se percebe a qualidade e a intensidade dos aromas – e à quantidade de líquido na taça. Entender, portanto, a importância e as influências que as taças trazem à degustação de cervejas, faz toda a diferença no momento de apreciá-las!

::FICHA TÉCNICA::
Tripel Karmeliet

Essa cerveja, originalmente, guarda inspiração em uma bela receita produzida por uma abadia carmelita belga no século 17. O estilo Tripel, nesse caso, propõe a elaboração com três diferentes grãos – cevada, trigo e aveia – em segunda fermentação na garrafa. Apresenta cor amarelo-alaranjado em aromas intensos cítricos, frutados e condimentados. A leveza (dada pelo trigo) e a cremosidade (dada pela aveia) se alternam de forma elegante em final de boca seco. Idealmente, deve ser servida entre 8º e 10ºC, em sua própria taça. Combina com pratos potentes como carne de porco e queijos azuis como gorgonzola, por exemplo.

País: Bélgica
Teor alcoólico: 8%
Volume: 330 ml
Preço: R$ 16,99
Estilo: Tripel
Onde encontrar: www.puromalte.com.br

Cilene Saorin

Cilene Saorin é mestre cervejeira graduada pela Universidad Politécnica de Madrid- Escuela Superior de Cerveza y Malta. Com mais de 20 anos de profissão, atua como consultora, sommelier e é presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Cerveja.

UOL Cursos Online

Todos os cursos