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Tá na época: descubra os truques e as receitas da abóbora japonesa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/04/2016 15h54

Quem está acostumado a ir à feira ou comprar produtos orgânicos, direto de pequenos produtores, já sabe: abril é tempo de abóbora. Especialmente a variedade japonesa, também chamada de cabochã, cabotian, cabochá ou tetsukabuto, de casca verde escura e polpa bem firme, cor de laranja intenso.

Comprar produtos de época é a melhor forma de economizar e aproveitar o auge de seu sabor. E a safra da abóbora japonesa é longa, chegando a agosto, com algumas variações regionais. Mais um motivo para aprender a preparar receitas com esse ingrediente tão versátil.

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    Características e origens

    Há mais de cem variedades de abóbora, com diferenças importantes de tamanho, cor, forma e textura. Pertencem à família das cucurbitáceas, a mesma dos pepinos e abobrinhas. A cabotiá é uma espécie híbrida, fruto do cruzamento entre a abóbora (Cucurbita moschata) e a moranga (Cucurbita máxima). Essa mistura foi desenvolvida no Japão, na década de 1940, chegando ao Brasil vinte anos mais tarde. Por aqui, conquistou o paladar nacional graças à sua extrema doçura e textura única, muito cremosa depois de cozida.

    Rica em betacarotenos, apresenta ainda vitaminas do complexo B, além de potássio, cálcio e fósforo. Estudos apontam que as espécies de abóbora têm origem sul-americana, assim como as abobrinhas. E estão presentes na alimentação humana há muito tempo. De acordo com o "Pequeno Dicionário da Gula", de Márcia Algranti (editora Record), foram encontradas sementes de abóbora em sepulturas indígenas peruanas que datam de 2000 a.C.

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    Para escolher

    Se compradas inteiras, as abóboras japonesas duram muito. E, quando orgânicas (cultivadas sem agrotóxicos), dá para comer a casca sem medo, pois ela fica muito macia após o cozimento. Escolha as mais pesadas e com as cascas íntegras, sem machucados. Um dos principais atrativos dessa variedade é sua polpa, bem firme e densa que, depois de cozida ou assada, se transforma num creme sedoso e aveludado, ideal para o preparo de sopas, cremes e purês.

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    No forno

    Ao forno, os temperos mais simples realçam sua doçura e sabor particular. Basta lavar muito bem a abóbora, retirar as sementes e cortá-la em pedaços grandes, mantendo a casca. Sobre cada pedaço deve-se colocar meia colher de chá de manteiga e um pedacinho de folha de louro. Sal e pimenta moída na hora completam o tempero. Com a assadeira coberta com papel alumínio, as abóboras ficam no ponto, bem macias, com cerca de 35 a 40 minutos de forno médio-alto. Podem ser servidas assim, como acompanhamento para aves, carnes e peixes

  • Leonardo Soares/UOL

    Doces e purês

    A polpa cozida serve para fazer também um purê rápido. Para isso, as cascas são removidas e a abóbora é amassada com um pouco de leite morno e noz-moscada. Alguns minutos no fogo médio, mexendo sempre, e o purê está pronto. Dessa forma, rende um excelente recheio de ravióli, servido com manteiga de sálvia, como fazem os italianos.

    Na ala dos doces, a abóbora japonesa é ideal para o preparo de bolos e pães. Seus cubos também ficam saborosos em calda de açúcar, para comer com queijo fresco, ou em tortas doces e cheesecakes - ou até mesmo como base para brigadeiros.

  • Fabio Rossi/Divulgação

    Sopas e ensopados

    Para sopas, os cubos de abóbora (com ou sem casca) são refogados diretamente na panela com cebola, alho e algum tipo de gordura, como manteiga, azeite ou óleo de coco. Quando estiverem começando a cozinhar, acrescenta-se água ou caldo quente de frango, carne ou legumes. Ervas, como tomilho e louro, combinam bastante. A partir daí, é só deixar ferver, baixar o fogo e cozinhar tampado por cerca de 25 minutos, ou até as abóboras ficarem bem macias. A sopa pode ser finalizada com um mixer ou batida no liquidificador, para obter uma textura cremosa - a folha de louro deve ser retirada antes, pois é bem dura. Na hora de servir, o ideal é complementar o sabor adocicado da sopa com ingredientes fortes, como cubos de bacon, queijo gorgonzola, gengibre ralado. Pode-se adicionar um fio de azeite e cebolinha fresca picada, para um realce final.

    A cabotiá fica particularmente saborosa em risotos, picadinhos e ensopados, como os cozidos nordestinos, com carne seca e legumes. Nesse caso, deve ser acrescentada ao final do preparo, pois fica pronta em menos tempo que os demais componentes do prato. O cozimento no vapor também é bem rápido, preserva nutrientes e realça sua doçura.

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    Aproveitando tudo

    Se comprar a cabotiá inteira, as sementes podem ser aproveitadas. Para isso, lave-as muito bem, separando-as completamente da polpa. Disponha as sementes numa assadeira, tempere-as com sal a gosto, um fio de azeite ou óleo vegetal, e asse-as em forno muito baixo, por cerca de 40 minutos, ou até ficarem crocantes, mexendo-as de vez em quando para não grudar.