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Vinhos no verão: do branco ao tinto, veja rótulos que caem bem na estação

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/01/2016 07h00

Leve, seco, refrescante, delicado e com boa acidez – assim é o vinho ideal para o verão, que ainda deve lembrar frutas frescas e cítricas. Mas como reconhecer essas características se a gente entra num supermercado ou num empório e se atordoa com a quantidade de rótulos nas prateleiras? Conversamos com dois especialistas e desvendamos alguns mitos e verdades sobre o que faz um vinho ser especial para o calor – ou não.

Um dos enganos mais comuns é imaginar que só brancos, rosés e espumantes têm essas características. Algumas uvas tintas originam vinhos leves, de menor teor alcoólico, com taninos menos evidentes e muito frescor, que vão harmonizar com pratos mais sutis. Basta seguir as dicas e acertar nas compras para o próximo almoço, a próxima festa à beira da piscina ou o próximo piquenique.

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    Acidez é (quase) tudo

    A acidez é fundamental na estrutura de qualquer vinho e ainda mais importante quando se deseja uma bebida refrescante. "A acidez é sentida nas laterais da língua e nos faz salivar. Imagine a sensação de chupar um limão, embora esse seja um exemplo extremo. Nos vinhos, a acidez precisa ser delicada, porém presente. E nos vinhos próprios para o verão, ela é mais acentuada, mas deve estar sempre em equilíbrio com as notas florais, minerais e frutadas desses rótulos mais leves", explica a sommelier e proprietária do wine bar paulistano Canaille.

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    Regiões frias, vinhos mais refrescantes

    Pode parecer um contrassenso, mas uvas cultivadas em regiões frias resultam em vinhos mais ácidos e refrescantes. A falta de sol inibe a maturação plena da fruta, que desenvolve menos açúcar e, portanto, gera vinhos menos alcoólicos. Por isso, aposte em rótulos das regiões francesas do Loire e da Borgonha, das regiões portuguesas do Dão e dos Vinhos Verdes, da Nova Zelândia, da Alemanha, da Áustria, da Alemanha ou do norte da Itália.

    Isso não quer dizer que todos os vinhos produzidos nessas regiões serão próprios para o verão - mas os vinhos próprios para o calor produzidos nesses lugares geralmente serão mais refrescantes. É o que acontece com a popular uva Chardonnay. "Cultivada em regiões frias, suas notas cítricas ficam mais evidentes. Em regiões quentes, a Chardonnay se torna mais adocicada e, para paladares acostumados a vinhos mais secos, pode se tornar um pouco cansativo", diz o sommelier Gabriel Raele, do wine bar e restaurante Bardega, em São Paulo.

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    Fuja da madeira - prefira os jovens

    Vinhos descansados em madeira ganham mais corpo e complexidade, perdem em frescor e desenvolvem notas de frutas maduras - exatamente o que não buscamos nos rótulos de verão. "Os aromas e sabores de frutas frescas são menos notados nos vinhos que passam por madeira, inclusive nos brancos, que ganham mais textura quando amadurecidos em carvalho", diz Gabriel Raele. Ao optar por vinhos jovens, no entanto, tome o cuidado de escolher safras recentes, especialmente no caso dos brancos, que oxidam com mais rapidez.

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    De olho na temperatura

    Qualquer bebida servida estupidamente gelada, seja vinho ou cerveja, vai ter suas notas de aroma e sabor prejudicadas pelas temperaturas mais baixas. Por isso, recomenda-se servir brancos, rosés e espumantes entre 6º a 8º C. Tintos devem ser servidos à temperatura ambiente. Porém, quando o calor ultrapassa os 30º C, não é nenhum crime refrescar os tintos rapidamente - meia hora na geladeira é suficiente, segundo Marina Bertolucci. Se não quiser errar, invista num termômetro próprio para vinhos, vendido em empórios - e ainda dê uma leve esnobadinha nos amigos.

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    Doçura não é problema - para quem gosta

    Embora a estação peça vinhos mais secos, os fãs das bebidas adocicadas não ficam de fora na hora da escolha dos rótulos. Espumantes demi-sec, crémants, moscatos e vinhos de colheita tardia - todos eles na categoria dos doces - ficam perfeitos quando servidos geladinhos e harmonizados com sobremesas leves como o crème brûlée, como sugere Marina.