Topo

Toshiba venderá verduras produzidas em fábrica

Empresa japonesa irá produzir verduras sem pesticidas em fábrica gerida por dispositivos eletrônicos - Getty
Empresa japonesa irá produzir verduras sem pesticidas em fábrica gerida por dispositivos eletrônicos Imagem: Getty

16/05/2014 13h42

O conglomerado industrial japonês Toshiba, conhecido por seus aparelhos eletrônicos e reatores nucleares, anunciou nesta quinta-feira uma nova atividade: a venda de verduras produzidas em uma fábrica.

"Vamos dar uma nova dimensão à nossa divisão de atenção sanitária", anunciou a Toshiba em um comunicado.

O conglomerado irá produzir verduras sem pesticidas ou outras substâncias químicas em uma fábrica totalmente asséptica, mas gerida por dispositivos eletrônicos.

A empresa está trabalhando em uma fábrica abandonada na periferia de Tóquio para dotá-la de "sistemas especiais de iluminação fluorescente, otimizados para o crescimento das plantas, um ar condicionado que mantém sempre a mesma temperatura e um nível de umidade constante, um dispositivo de vigilância do estado físico das plantas e equipamentos esterilizados para a embalagem dos produtos".

A delicada gestão desta fábrica será efetuada com meios similares aos empregados nas fábricas de semicondutores, outra especialidade do eclético conglomerado japonês.

"Ao minimizar o contato dos produtos com as partículas, é possível prolongar sua conservação em bom estado", destacou a Toshiba.

Em uma superfície industrial de cerca de 2.000 metros quadrados, o grupo produzirá o equivalente a 3 milhões de saladas ao ano e fornecerá alface, espinafre e outras verduras a supermercados e restaurantes.

A Toshiba prevê cultivar, em função da demanda, produtos com características particulares, por exemplo com forte conteúdo de vitamina C.

O grupo não é o primeiro japonês especializado em eletrônica a se interessar nas "fábricas de verduras". A Panasonic e a Fujitsu têm "explorações agrícolas" deste tipo, criadas há pouco no município de Fukushima (nordeste), onde parte da população prefere as verduras produzidas em espaços fechados às cultivadas no campo, por medo de estar contaminadas pela radioatividade da usina destruída no terremoto de março de 2011.