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Festival de cerveja em Blumenau tem bebidas exóticas e traz novidades

KombIPA - trocadilho com o estilo cervejeiro India Pale Ale, ou IPA tem torneiras de chope instaladas na lataria lateral, que permitem abastecer os copos com o conteúdo de barris que ficam em seu interior - Roberto Fonseca/UOL
KombIPA - trocadilho com o estilo cervejeiro India Pale Ale, ou IPA tem torneiras de chope instaladas na lataria lateral, que permitem abastecer os copos com o conteúdo de barris que ficam em seu interior Imagem: Roberto Fonseca/UOL

Roberto Fonseca

Do UOL, em Blumenau

23/03/2013 13h17

Cervejas com figos, damasco, café e até avelã, maturadas em madeiras como carvalho e amburana, ou barris de cachaça e vinho. Embora pareçam inusitadas à primeira vista, essas são algumas das receitas que mais vêm chamando a atenção no Festival Brasileiro da Cerveja. O evento, que ocorre em Blumenau, é aberto ao público e termina neste sábado (23).

Além das novidades no copo, os participantes da festa ainda puderam conferir dois veículos inusitados: as cervejarias Bodebrown, de Curitiba, e Coruja, de Porto Alegre, apresentaram duas Kombis adaptadas para uso cervejeiro, a KombIPA (trocadilho com o estilo cervejeiro India Pale Ale, ou IPA) e a Kombier. Ambas têm torneiras de chope instaladas na lataria lateral, que permitem abastecer os copos com o conteúdo de barris que ficam em seu interior.

Antes do festival, foi realizada a primeira edição do Concurso Brasileiro de Cervejas, em que a Bodebrown, com 11 medalhas, foi eleita a cervejaria do ano. A marca curitibana levou cervejas inusitadas ao evento, como a Cacau IPA, cerveja de bom amargor que recebeu cacau na composição, como sugere o nome. Ela foi feita em parceria com a cervejaria norte-americana Stone e tem boas notas de frutas cítricas. O produtor ainda apresentou a 4Blés, feita com quatro variedades de trigo e damasco, e a Perigosa Imperial Stout, maturada em barris de bourbon, uma das melhores do evento.

Os paranaenses ainda mostraram criatividade com outra marca, a Way, que serviu pela primeira vez a Stout Corte do Cervejeiro, que leva figos e é maturada em carvalho e amburana previamente embebidos em cachaça. Do mesmo produtor, os fãs podiam degustar ainda a Wit wine, uma witbier belga que leva mosto (líquido adocicado obtido pelo esmagamento da uva)  de uvas chardonnay de uma vinícola paranaense, além de condimentos como grão do paraíso, uma stout com bananas passa de Morretes e uma porter com avelãs.

  • Roberto Fonseca/UOL

    A cervejaria Bodebrown criou a Cacau IPA, cerveja de bom amargor que recebeu cacau na composição

O Estado ainda tinha outras curiosidades no festival, como a Hop Arabica da Morada Cia. Etílica, que une lúpulos florais e café em uma blond ale, e a Chaparrita Chili Witbier, da Ogre Beer, que, como sugere o nome, tem uma dose potente de pimentas, capaz de esquentar a garganta até dos mais imunes à picância. A pumpkin ale, estilo tradicional nos Estados Unidos, ganhou uma versão nacional da Bier Hoff, numa cereja que leva, além da abóbora, cravo, gengibre e pimenta da Jamaica.

Cervejas com alto teor alcoólico e boa dose de amargor, de influência norte-americana, também marcaram presença no evento, consolidando a mais nova moda nas produções de microcervejarias nacionais. Mereceram destaque entre as IPAs, além da produzida pela Bodebrown, as da carioca Mistura Clássica, de Volta Redonda, que, com 9% de teor alcoólico, foi batizada de Amnésia, a Green Cow IPA, de Porto Alegre, e as versões feitas pela Farol, de Canela (RS), e Dama Bier, de Piracicaba (SP).

Também premiada no concurso, a Catarina Vintage Ale, da Basement, tem 8% de teor alcoólico e foi maturada em um barril de cachaça. As notas do destilado e de malte e frutas secas da cerveja atingiram um bom equilíbrio.

Em meio a tanta criatividade, havia espaço para receitas mais tradicionais, como as versões de pilsen da mineira Wäls, que foi eleita a melhor do concurso, e da Invicta, de Ribeirão Preto, além da Camila, Camila, da Bamberg, de Votorantim, feita em homenagem à música a banda Nenhum de Nós.

No evento, a cervejaria ainda lançou uma helles para a banda Raimundos, que fez um show surpresa na quinta à noie no palco do festival. Além de marcas já conhecidas dos fãs de cervejas artesanais, havia ainda novas micros com bons produtos, como a paranaense Insana, com uma boa Chocolate Porter, e a Cruz de Malta, com a dubbel belga Stolz.

O festival ocorre na Vila Germânica, em Blumenau, e o ingresso custa R$ 12. As cervejas são vendidas a partir de R$2 o copo pequeno de degustação. Hoje, o evento abre as portas a partir de 15h até 1h. Mais informações no site http://festvaldacerveja.com