Conheça os queijos artesanais 100% brasileiros disponíveis no mercado
Serra da Canastra, Araxá, Serrano, Salitre, Petrolina e Serro. Nomes que podem parecer estranhos para alguns, mas que se referem à elite dos queijos artesanais 100% brasileiros. Produtos famosos nas suas regiões de origem e queridinhos dos chefs de cozinha, que agora começam a ganhar espaço no mercado nacional.
“Hoje temos queijos brasileiros de altíssima qualidade. Aquela história de que o nosso gado produz leite inferior virou mito, ficou para trás”, afirma Fernando Oliveira, proprietário da Queijaria, loja especializada em laticínios artesanais recém-inaugurada na capital paulista. No acervo, mais de 70 tipos de queijo vindos dos Estados do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, de Pernambuco e de cidades do interior de São Paulo.
Para Oliveira - que há pelos menos cinco anos administra o projeto Alimento Sustentável comercializando além de queijos artesanais, outros produtos alimentícios - a cultura do queijo brasileiro está evoluindo. Segundo o especialista, o hábito mais comum entre os brasileiros é consumir queijo nacional fresco. “Alguns produtores que trabalham com a gente se surpreendem ao ver o produto depois de uma cura mais longa”, conta. Inclusive, são diversas as variedades e inúmeros os produtores disponíveis.
Além do famoso Serra da Canastra (MG), há os também mineiros Araxá, Salitre e Serro. “Esses são todos originalmente nacionais, criados aqui.” Mas há também os queijos pernambucanos, da produtora Vitória Barros, que faz versões nacionais de clássicos europeus como o parmesão, o raclete, o camembert, o gouda e o reblochon. “Todos eles têm receitas e nomes próprios como Mandacaru e Mamulengo, mas, para facilitar a identificação, eles fazem referência aos já conhecidos”, explica Oliveira.
Do interior de São Paulo, há também queijos de cabra curados da cidade de Casa Branca e outros produtos pasteurizados de Itapetininga, como o queijo do reino.
Queijo artesanal legalizado e certificado
Quanto à legislação brasileira para a comercialização de queijos artesanais de leite cru em São Paulo, Oliveira explica que não há nenhum problema. “Aqui o proibido por uma lei de 1952 é comercializar queijos de leite cru com menos de 60 dias de cura. O nosso objetivo é justamente conscientizar as pessoas de que a maioria dos queijos fica melhor com o tempo. Além disso, o grande problema seria vender produtos sem nota fiscal, mas nós só trabalhamos com itens regulamentados.”
Tanto que existe a certificação de Identificação Geográfica, semelhante à DOC (Denominação de Origem Controlada) da Europa. Segundo o Ministério da Agricultura, o registro de IG é dado a produtos ou serviços típicos do seu local de origem. Isso atribui reputação, valor e identidade própria, além de distinguir tal item dos seus similares disponíveis no mercado. Para obter o selo, os produtos têm de apresentar características exclusivas relativas a recursos naturais, como solo, vegetação, clima e processo de produção (know-how ou savoir-faire). “Por exemplo, os queijos da serra da Canastra. São mais de mil produtores e menos de 30 tem IG controlados em Minas pelo IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária)”, explica Oliveira. A lista dos mineiros pode ser vista no site do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária).
O INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) é a instituição que concede o registro e emite o certificado, e o Ministério da Agricultura é uma das instâncias que incentivam as atividades e ações para Indicação Geográfica de produtos agropecuários.
Veja também:
Patrimônio cultural, queijo mineiro ganha documentário dirigido por Helvécio Ratton
Trecho do documentário "O Mineiro e o Queijo parte 1
Trecho do documentário "O Mineiro e o Queijo parte 2
Serviço:
A Queijaria
Rua Aspicuelta, 35, São Paulo, SP
Tel.: (11) 99955-9091
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