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Menu executivo é maneira acessível de conhecer restaurantes nobres

Larissa Januário

Do UOL, em São Paulo

31/07/2013 18h23

Apesar da onda gastronômica que tomou conta do país, comer fora de casa por lazer ainda é algo que pode pesar no bolso. Restaurantes com pratos assinados por chefs renomados costumam intimidar pelo preço.

Para reverter esse quadro e atrair público, cozinhas de alto padrão estão, cada vez mais, investindo em menus executivos, com preços fixos e mais acessíveis do que os do cardápio à la carte.  

Geralmente servidos durante o dia, os menus executivos são versões simplificadas dos pratos oferecidos nas casas. Restaurantes famosos, como Dalva e Dito, Mani, Clos de Tapas, Brasil a Gosto, Italy, Tasca do Zé e da Maria e Kinoshita estão entre os que dispõem de tais opções.

“Nosso almoço executivo é uma versão mais simples do que costumamos servir. Com ele, é possível o cliente entender um pouco a filosofia do restaurante e conhecer o meu trabalho,” explica Tsuyoshi Murakami, chef do refinado Kinoshita, que mantém as mesmas preocupações do menu convencional na versão do dia a dia. “As louças também são especiais e o arroz é feito a cada manhã”, conta.

Tempero do chef

Tal cuidado faz parte da estratégia para atrair um público que, normalmente, não iria a esses restaurantes. “O menu executivo é um chamariz para a pessoa conhecer o espaço, o tempero do chef e a qualidade da comida, mas sem ter um grande compromisso de gastar”, revela Alexandre Abreu, chef de cozinha do paulistano O Pote. No almoço, ele aposta em opções mais fáceis de comer. “Durante a semana, as pessoas buscam pratos não tão elaborados e mais rápidos”, completa.

Na mesma linha, o Clos de Tapas, casa especializada em pequenas porções no estilo espanhol, também criou seu cardápio executivo. Segundo a chef, as pessoas sentiam falta de ter um prato único na hora do almoço, hábito muito presente no dia a dia do brasileiro. “Buscamos oferecer produtos frescos, com preços acessíveis para quem quer conhecer o restaurante em um almoço casual, sem gastar muito”, comenta a chef da casa, Ligia Karazawa. Lá, o menu completo sai por R$ 45.

Qualidade x preço

Segundo José Alves Pereira, sócio do português Tasca de Zé e da Maria, em Pinheiros, baixar os preços é uma estratégia que faz com que os passantes percam o medo de entrar no restaurante. “Muitos acham que a casa é muito chique e, por isso, vai ter um preço salgado”, explica.

A Tasca chega a oferecer durante a semana, no almoço, pratos até 50% mais baratos do que os da carta comum. “É um investimento. Eu perco dinheiro, mas ganho depois com um público novo. A pessoa que prova a comida no menu executivo sempre volta com a família no fim de semana”, pondera.

Até o premiado D.O.M., de Alexa Atala, procura encorajar os comensais com um almoço mais barato. Enquanto o menu executivo da casa sai em torno de R$ 80 -incluindo peixe, carne ou frango com acompanhamentos e salada-, o prato mais barato no cardápio à la carte fica em torno de R$ 120.

Mas como baixar os preços sem sacrificar a qualidade? A chef Bella Masano, do paulistano Amadeus, garante que é possível. “No Amadeus, os pratos principais são fixos durante a semana, mas as entradas e as sobremesas variam de acordo com o mercado do dia. Com isso, conseguimos utilizar produtos sempre frescos, da estação e com um custo mais atraente”, revela.

Outro fator importante é concentrar a venda em determinados produtos, usando-os de diversas maneiras. “Isso nos permite planejar melhor as compras e reduzir o desperdício de matéria-prima”, justifica a chef.

Variar o cardápio diariamente também é o caminho usado por Jefferson Rueda, chef do ítalo-caipira Attimo. “Nosso menu inclui couvert, entrada, prato e sobremesa. Todos os dias temos sugestões diferentes”, conta.  O cliente que optar pelo menu executivo do Attimo ainda tem direito a uma água e uma dose de cachaça DaLage, por R$ 49.