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No dia da cachaça, aprenda os segredos de uma caipirinha perfeita

Rafael Mosna

Do UOL, em São Paulo

13/09/2013 08h00

Todo barman sabe (ou deveria) saber fazer uma caipirinha. Ela é reconhecida internacionalmente como um coquetel brasileiro cuja base é a cachaça --que tem hoje (13/9) seu dia nacional comemorado. "Se mudarmos a bebida, o drinque deve ter outro nome, como a caipiroska, feita com vodca", explica Leandro Batista, sommelier de cachaça do restaurante Mocotó.

A versão clássica leva ainda limão, gelo e açúcar (veja essa e outras receitas com diferentes frutas e tipos de cachaça no link "leia mais" do álbum acima).

"Antigamente, acredita-se, o drinque era usado como remédio no interior paulista --daí o nome 'caipirinha'. A combinação, usada para curar gripe, era feita com cachaça, mel e limão. Hoje, usamos mais o limão-taiti, em vez do galego, o qual, dizem, era o preferido na época", conta Leandro.

Usualmente, utiliza-se a cachaça branca, considerada mais "neutra", sem interferência da madeira proveniente de barris ou tonéis de carvalho, por exemplo. Ela vai bem com a versão clássica e frutas mais leves, como jabuticaba, lima-da-pérsia e limão-rosa.

"Para as cachaças mais encorpadas, recomendo ingredientes como maracujá, abacaxi e pimenta dedo-de-moça", sugere Ednaldo Barbosa, barman do restaurante Brasil a Gosto.

Macetes
Colocar ou não a casca? Retirar a parte branca do limão? Agitar em uma coqueteleira? Essas são apenas algumas das dúvidas cruéis de quem busca preparar uma caipirinha perfeita em casa.

"Eu retiro o miolo porque acho mais fácil na hora de macerar, e não para não amargar. Com ou sem ele, o amargor é o mesmo", garante Leandro, que sempre faz o drinque com a casca, para garantir seu sabor característico. O que não deve ser feito, segundo ele, é caprichar demais na hora de macerar: daí, sim, o amargor será certeiro. Por isso, o conselho é ir com cuidado e delicadeza. E prefira os limões com casca de aparência brilhante e fina.

Sobre agitar a bebida em uma coqueteleira, Leandro é categórico: trata-se de um coquetel que deve ser apenas mexido, jamais batido. E o gelo precisa ser colocado com generosidade.

Outro item importante são as formas de adoçar (a versão clássica leva açúcar refinado, diz ele). "Eu utilizo um xarope que faço com água e açúcar. São três quilos de açúcar para dois litros de água. Misturo bem e levo ao fogo baixo por quatro horas", ensina Ednaldo. 

"Para adoçar em casa, não há uma quantidade exata. Na caipirinha de limão, duas colheres de sopa são suficientes", conta Leandro. De acordo com as combinações de frutas, é possível ainda utilizar mel, rapadura e açúcar cristalizado, como algumas das receitas que o barman do Mocotó ensina nesta reportagem. "Tem cliente que pede com adoçante, mas aí é mais frescura. Depois de tanta comilança...", brinca.