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Além do café da manhã, iogurte brilha em receitas doces e salgadas

Anna Fagundes

Do UOL, em São Paulo

02/10/2013 08h00

Há mais possibilidades para o iogurte além de preencher os espaços vazios do pote com granola no café da manhã ou acompanhar as frutas em um lanche entre refeições.

A ideia, que pode não ser a mais usual por aqui, é, na verdade, como o iogurte costuma ser utilizado em sua origem. O ingrediente é parte integrante da vida culinária de muitos locais, como a Índia, a Bulgária, a Rússia e a Turquia, país que batizou o produto (iogurte vem de “yogurt”, que quer dizer “denso”).

No Oriente Médio, um prato muito conhecido é o “shish barak”, sopa de iogurte com raviólis de carne. Já na Índia, ele aparece em cozidos e acompanhamentos como a raita, um molho frio com pepinos e temperos como cominho, coentro e menta.  

“O iogurte é feito com a simples fermentação do leite e com os sabores que você quiser adicionar”, explica o neozelandês Craig Bell, um dos sócios da Delicari, loja especializada no produto em São Paulo. “Para mim, um bom iogurte tem que ter dois ingredientes: leite e fermento, e é isso”.

A qualidade da matéria-prima influencia não só a qualidade, mas também na percepção do sabor. "A gente precisa aprender a ler os rótulos para ver o que está comendo. Por exemplo, o açúcar é muito utilizado para aumentar a viscosidade do produto industrial –algumas marcas colocam até 20% de açúcar, o que eu acho desnecessário", diz Craig.

Devagar e sempre
Substituto camarada, é possível usar iogurte em vez do creme de leite em molhos, patês e até no estrogonofe. O resultado será diferente, é claro, mas jamais insosso.

Para cozinhar com esse ingrediente, é preciso ser delicado: sua estrutura química, que tem pouca gordura, não admite manobras bruscas. “Não dá para batê-lo como se fosse creme de leite, então não misture demais depois que adicioná-lo ao prato”, explica Craig.  “E você vai com certeza estragar a comida se deixar o iogurte fervendo por horas na panela, porque o calor quebra a sua viscosidade.”

“Eu recomendaria utilizar iogurte natural sem açúcar para cozinhar. Leia o rótulo para saber se os componentes do iogurte que você vai usar podem causar alguma reação com os outros itens do prato”, diz o neozelandês. Alguns ingredientes dos iogurtes industrializados, como gelatina ou adoçantes, não reagem bem quando aquecidos e podem fazer desandar o prato.

Para adicionar em líquidos quentes, como sopas ou molhos, o iogurte deve estar em temperatura ambiente. Acrescente-o aos poucos, no fim do preparo. Em pratos como estrogonofe, use a versão natural (sem açúcar).

Uma sugestão de Craig Bell é experimentar “um iogurte natural, sem açúcar, com granola salgada e algumas gotas de azeite de oliva. Fica uma delícia! E eu também adoro iogurte com maracujá –esses ingredientes nasceram para ficar juntos”.