Hambúrguer de foca rende ameaças de morte a chef canadense

Um chef canadense tem recebido ameaças de morte pela internet por conta de um prato com carne de foca.

Kim Côté, dono do restaurante Côté-Est, na região do Quebec (leste do Canadá), colocou no cardápio um hambúrguer com foie gras e carne de foca como forma de protesto pelo embargo da União Europeia à carne do animal, cuja caça é motivo de protestos de diversos grupos ambientalistas.

O prato do Côté-Est, batizado como “Phoque Bardot” (em referência à atriz francesa Brigitte Bardot, conhecida defensora dos animais), não é o único com o polêmico ingrediente no país, mas se tornou o alvo de críticas ferozes após uma turista francesa ter falado sobre o hambúrguer em uma lista de discussão de ativistas, com 400 mil seguidores.

Foi o que bastou para que Kim Côté recebesse uma série de ameaças de morte. A página do restaurante no Facebook chegou a ser suspensa temporariamente por conta do número de mensagens, e a polícia local foi chamada para lidar com a situação, embora nenhuma medida oficial tenha sido tomada.

Caça regulamentada
O chef –que também caça– explica que os ativistas estão desinformados em relação à atividade. “Chamamos a polícia para deixá-los à par do que se passava. Não dá para saber o que vai acontecer”, disse Côté em entrevista à Radio Canada. “Estamos lidando com extremistas, já que estão ameaçando matar a mim e minha família e saquear o restaurante.”

Apesar dos protestos, o “Phoque Bardot” continua no menu do Côté-Est até segunda ordem. Atualmente, a lei canadense permite apenas duas caças anuais às focas: uma promovida pelos inuits, povo indígena que habita a região do Ártico (que capturam os animais para subsistência durante o inverno) e outra na costa Atlântica, mais voltada para a indústria de peles. Estima-se que cerca de 5 milhões de focas vivam na costa canadense.