Restaurante premiado de NY é "invadido" em ação de ONG brasileira

O restaurante Eleven Madison Park, quinto lugar na famosa lista dos 50 melhores restaurantes do mundo promovida pela revista "Restaurant", dono de três estrelas do guia "Michelin", será "invadido" no próximo dia 24 em uma ação promovida pela ONG brasileira Gastromotiva.

O grupo, comandado pelo chef David Hertz, treina jovens das comunidades de Heliópolis e Paraisópolis (São Paulo) e da Rocinha e Complexo do Alemão (Rio de Janeiro) para trabalharem como auxiliares de cozinha. E, para conseguir fundos para formar mais duas turmas no Rio de Janeiro, Hertz recebeu uma ajuda inesperada do proprietário do Eleven Madison Park, o chef David Humm.

Humm conheceu o projeto em 2013, quando foi convidado pela equipe do Gastromotiva e pela revista "Prazeres da Mesa" para um almoço no Complexo do Alemão. "Apesar de ele ter conhecido os melhores restaurantes do país, foi esse dia que ficou marcado em sua memória", explica David Hertz. "Quando soube que iríamos começar a capacitar jovens por lá, ele ficou tocado e abriu as portas de seu restaurante".

O evento na casa nova-iorquina -que só possui 120 lugares- terá um jantar de cinco pratos com vinhos doados por parceiros. Além disso, também acontece um Leilão Silencioso (em que os lances são feitos em pedaços de papel ao invés de falados em voz alta), com itens como um quadro do pintor Vik Muniz e uma semana em hotéis de luxo da rede Taj, na Índia, entre outros. "Falta menos de um mês para o evento e temos poucos ingressos disponíveis. Estamos felizes e satisfeitos com a procura", diz David. "Realmente será uma noita inesquecível". 

Expansão
Os ingressos para o evento custam US$ 1.050  (cerca de R$ 2.400). Mesas para oito pessoas no restaurante custam US$ 8.100 (cerca de R$ 18.700). O dinheiro arrecadado irá formar duas novas turmas do curso profissionalizante promovido pela ONG no Rio de Janeiro. "Serão 100 alunos, cujo custo mensal é de US$ 150 (R$ 350) cada um", diz.

"Os alunos saem muito felizes e realizados depois do curso, com uma boa base de cozinha e postura profissional para entrar no mercado", explica o chef. "Muitos deles estão empregados em estabelecimentos parceiros da Gastromotiva, enquanto outros decidem empreender e outros decidem continuar estudando para serem professores. É realmente uma formação rápida e muito eficiente, que já mudou e vai continuar mudando muitas vidas". 

O curso aceita jovens de 18 a 35 anos, com renda de até três salários mínimos. Ao todo, são 280 horas de aulas focando as habilidades práticas da cozinha, confeitaria e panificação. Em dois anos, os cursos já formaram 755 pessoas desde sua fundação, em 2006. A ONG pretende se expandir para a Bahia e também para a Venezuela ainda este ano.

Os interessados podem entrar em contato pelo site oficial do evento.