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Certificado garante autenticidade de restaurantes italianos em SP

Anna Fagundes

Do UOL, em São Paulo

25/03/2014 18h29

Como garantir que receitas tradicionais não sejam adulteradas ou perdidas mundo afora? O governo italiano apostou em um selo de qualidade para restaurantes, o "Ospitalità Italiana", promovido no Brasil há três anos pela Câmara de Comércio Italiana em São Paulo. Na última segunda-feira (24), a terceira edição do prêmio divulgou 81 restaurantes em todo o Brasil que podem se gabar de servir, de fato, a legítima comida da "terra da bota".

Ao todo, 120 restaurantes brasileiros foram vistoriados por um comitê que se reportou diretamente à matriz do certificado, na Itália. As casas eram fotografadas e avaliadas de acordo com uma lista de dez itens, que leva em consideração, por exemplo, os produtos usados na casa e a experiência dos chefs.

Cardápio DOC
O selo Ospitalità Italiana começou em 1997 na própria Itália, quando o governo notou que os restaurantes locais estavam perdendo sua originalidade. Há três anos, o prêmio foi ampliado para casas no exterior, por meio das Câmaras de Comércio locais, sempre avaliando a hospitalidade e a qualidade dos serviços.

Atualmente, há 6.500 restaurantes premiados na Itália e 1.420 restaurantes em outros 49 países.

O certificado não é um prêmio gastronômico, como faz questão de frisar Érica Bernadini, coordenadora do evento em São Paulo. "O Ospitalità Italiana é um certificado técnico. O comitê é formado por especialistas do setor de alimentação, não tem interferência de luxo ou prêmios anteriores recebidos pela casa", explica. "Os juízes só sabem aquilo que a gente envia para eles por um programa de computador próprio".

E a avaliação não é nada fácil. Para conseguir o selo, não basta apenas servir receitas tradicionais: é preciso utilizar produtos de origem controlada (como azeite extravirgem) e ter pelo menos um funcionário fluente no idioma, além de ter um cardápio escrito em italiano sem erros. A carta de vinhos do restaurante deve ter pelo menos 30% de rótulos DOC e a decoração precisa remeter ao país. 

A experiência do chef também conta pontos a favor da casa: de acordo com as regras do selo de qualidade, ele não precisa ser italiano mas precisa ter passado seis meses no país, ou então ter trabalhado três anos em restaurantes no exterior. "Todos os pratos do menu precisam ser aprovados pelo comitê", explica Bernadini.