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Indústria francesa investe no foie gras para público chinês

Empresa francesa vai investir cerca de R$ 4,5 milhões no mercado chinês de foie gras - Getty Images
Empresa francesa vai investir cerca de R$ 4,5 milhões no mercado chinês de foie gras Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

08/04/2014 16h01

Sinônimo de sofisticação, o foie gras está ganhando um novo público ávido por novidades e produtos de luxo -os consumidores chineses. 

Para garantir o mercado, uma empresa francesa planeja criar um milhão de patos na China até 2020 para atender aos consumidores locais. De acordo com reportagem do jornal inglês "Financial Times", a empresa Euralis, que controla 25% do mercado francês do produto, pretende investir um milhão e meio de euros (cerca de R$ 4,5 milhões) para construir instalações no país asiático.

"Nosso objetivo é ter um produto com exatamente a mesma qualidade do foie gras que fazemos na França", explica Jean-Jacques Caspari, diretor-executivo da Rougié, subsidiária do grupo Euralis.

De acordo com a agência de notícias Reuters, o grupo francês iniciou sua produção na China em 2007, mas teve a fábrica destruída por conta de uma tempestade de neve em 2012. A nova fábrica, a ser instalada na província de Jiangsu, terá capacidade para produzir cerca de 275 toneladas de foie gras por ano.

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  • http://comidasebebidas.uol.com.br/enquetes/2014/04/08/o-que-voce-acha-do-consumo-de-foie-gras.js

Contramão
O mercado chinês é considerado extremamente promissor para os produtores de foie gras. De acordo com Marie-Pierre Pé, do comitê dos fabricantes do ingrediente em Paris, em declaração ao "Financial Times",  "existem 65 milhões de pessoas extremamente ricas na China. Elas conhecem a cultura e a gastronomia francesas e amam foie gras". 

No entanto, o crescente interesse do mercado asiático por foie gras está na contramão de decisões de países europeus e dos Estados Unidos contra a produção e venda do ingrediente, sob a alegação de maus tratos aos animais.

O foie gras é produzido a partir da engorda de patos ou gansos, superalimentados por um processo chamado "gavage" (do francês "gaver", que significa "comer demasiadamente"). Os primeiros registros da produção e consumo do prato são de 2.500 anos antes de Cristo.  

Na Inglaterra,  um abaixo-assinado com mais de dez mil nomes forçou os escritórios locais do site de vendas Amazon a parar de vender produtos com foie gras.

A produção da iguaria é proibida na Grã-Bretanha. Já países como República Tcheca, Dinamarca, Noruega e Alemanha proíbem a alimentação forçada de animais para fins gastronômicos, mas permitem a venda e importação do ingrediente. No Estado norte-americano da Califórnia, a venda de foie gras foi proibida em 2012, com multa para quem infringir a lei.

Na cidade de São Paulo, uma lei que proíbe o comércio e produção do ingrediente chegou a ser aprovada em primeira votação pela Câmara dos Vereadores em 2013. No entanto, o material ainda não foi sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT).