Topo

Conheça dez dos melhores "food trucks" de São Paulo

Roberta Malta

Do UOL, em São Paulo

16/07/2014 07h00

Comprar comida em caminhões ou kombis já é um sucesso na Europa e nos Estados Unidos há muito tempo. Mas essa moda demorou a chegar aqui no Brasil. Especialmente em São Paulo, a culpa disso foi uma legislação já revista que impedia ambulantes sobre quatro rodas de vender praticamente qualquer coisa comestível nas calçadas.

Por sorte, um grupo de cozinheiros pressionou a prefeitura e hoje é possível comprar massas, temakis, pizzas, bolo e até tomar vinho em pé ou em mesinhas distribuídas perto dos veículos a céu aberto – desde que estejam estacionados em áreas privadas, em 700 pontos distribuídos pelo poder público.


Um dos símbolos desse movimento é Rolando Vanucci, um dos precursores da comida de rua preparada dentro de uma kombi, sucesso há sete anos na Av. Sumaré, o Rolando Massinha. O emprego surgiu da necessidade e virou modelo para muita gente. “Estava em um momento péssimo da minha vida e lembrei ter esbarrado em alguns trailers em Belo Horizonte, 24 anos atrás”, diz. Mas ele não queria fazer sanduíche, como todo mundo. “Achei que podia fazer macarrão, comprei uma kombi de cachorro-quente e adaptei.”

Demorou, mas Rolando conseguiu o TPU (Termo de Permissão de Uso). Hoje, vende mil quilos de massa por mês, já tem mais dois empreendimentos sobre rodas - o Rolando Doguinho (de cachorro-quente) e o Rolando Churrinho (onde vende churros), todos na Av. Sumaré - e se orgulha de ter 21 funcionários. “Todos devidamente registrados”, afirma. E vem novidade por aí: o chef já tem prontas uma kombi de waffle e outra de comida tailandesa.

Mais uma prova de que a população é carente desse tipo de refeição é o Temaki Navan, que tem à frente Alan Liao. Em funcionamento há três anos, o food truck de temakis, que começou a operar na Riviera de São Lourenço (litoral de São Paulo), aportou de vez na capital e só vai para a praia em férias de verão ou feriados prolongados.

“Eu era DJ em Nova York e sempre comia na rua depois das festas”, diz Alan. De volta ao Brasil, montou seu caminhão e, não por acaso, seus pontos preferidos são em frente a baladas. De novidade tem os yakissobas preparados na hora (de carne, frango ou legumes), os temakis de arroz integral, que devem entrar no cardápio daqui a cerca de quinze dias, e o quiosque em forma de caminhão que vai abrir em breve em um shopping da capital.

Como encontrar os food trucks
Não são todos os caminhões que têm endereço fixo, como Rolando. Pelo contrário, a tradição dos restaurantes sobre rodas é circular pela cidade e avisar diariamente aos clientes, pelas redes sociais, onde estão estacionados. Exemplos disso são o Escondido na Kombi, o Los Mendozitos e o Massa na Caveira. O primeiro vende escondidinhos de carne seca, frango, linguiça, camarão e carne moída todo domingo na Rua Relíquia, na Casa Verde, das 11h às 20h, mas durante a semana para em diversos pontos da cidade, preferencialmente perto de cervejarias artesanais.

Rodando há dois meses, Cynira Gonçalves Ferreira e Marcos Ferreira da Silva estão animados com o novo empreendimento. “O ramo de alimentação sempre me atraiu”, diz Cynira, que trabalha no comércio de cosméticos. “E poder estar todo dia em um lugar, em contato direto com o público, é ótimo.”

O Los Mendozitos também só está há três meses nas ruas e já conquistou a cidade. Os três sócios Ariel Kogan, André Fischer e Danilo Janjá, respectivamente ambientalista, jornalista e especialista em marketing, vendem vinhos de pequenos produtores de Mendoza, na Argentina, em locais variados. “Toda terça ou quarta-feira, divulgamos a agenda da semana no Facebook”, diz Danilo. A escolha pelos rótulos argentinos é resultado de uma pesquisa do trio e tem um porquê. “Se comprássemos vinhos europeus pelo preço que trazemos os nossos, teríamos bebidas de qualidade bem inferior.” Os rapazes vendem 3.000 doses por mês.

Já o Massa na Caveira prepara pizzas com receitas da avó de Raphael Corrêa, sócio de Juliana Moreira. A massa crocante arrebatou o público que segue o food truck da dupla nas redes sociais e fazem fila para comer suas redondas.

Por sua vez, Alex Caputo preferiu estacionar seu EATinerante de quarta a domingo na feira de comida Butantan Food Park para servir quem trabalha por perto. Além dos caprichados hambúrgueres, com 150 gramas de fraldinha e requintes como maionese de trufas e cogumelo italiano, serve também pratos únicos como arroz de bacalhau ou de pato.

Doçarias ambulantes
Mas não é só de bebidas e pratos salgados que vivem os food trucks. Com pouco mais de um mês de funcionamento, o Kombosa Shake já conquistou clientela cativa na Vila Madalena, onde fica parado a maior parte do tempo. Diego Fernando Juliano oferece cerca de 50 das 180 receitas de milk shake que já desenvolveu. O carro-chefe Lá Vem O Negão leva chocolate, sorvete de baunilha e pedaços de biscoito Oreo. Outros sabores que fazem sucesso são o de cheesecake de amoras e o lemon chip, com suco de limão, calda de limão siciliano com pedaços da fruta, chocolate meio amargo e sorvete.

Já as Bamboleiras Ariane Guimarães e Claudia Daroncho vendem bolos em miniatura com café, no melhor estilo “casinha da vovó”. O de limonada é coberto por marshmallow queimado, o de morangos é recheado de geleia caseira e o de paçoca, além do doce de amendoim, vem com doce de leite. Ainda tem pipoca caramelizada, bala de coco, guarda-chuva de chocolate e, para beber, groselha, água e refrigerante.

Está esperando o que para sair correndo para a rua?