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Farinha de grilo é vendida como "proteína do momento" nos Estados Unidos

Biscoitos da marca Bitty, feitos com farinha de grilo - Divulgação/bitty.myshopify.com
Biscoitos da marca Bitty, feitos com farinha de grilo Imagem: Divulgação/bitty.myshopify.com

Do UOL, em São Paulo

22/08/2014 15h26

O uso de insetos na culinária é uma discussão que surge de tempos em tempos -  seja em cervejas, como a brasileira Saison de Saúva, criada por cervejeiros paulistas, ou então no menu à base de larvas e grilos de um restaurante premiado na França.  

Agora, empresas nos Estados Unidos estão investindo pesado na produção de itens como farinha enriquecida com grilos secos e moídos.  A pesquisa de mercado vem ao encontro de um relatório das Nações Unidas, lançado no ano passado, que registra que animais como grilos, gafanhotos e larvas de bicho-de-farinha (um tipo de besouro) são ricos em proteína e aminoácidos e, sim, podem ser consumidos por humanos.

"A única coisa que impede os americanos de comer insetos é uma barreira cultural", explica Megan Miller, fundadora da empresa Bitty, que produz farinhas com insetos. Em entrevista ao programa "The Salt", da rádio norte-americana NPR, Megan conta que os insetos "são provavelmente a fonte de proteína mais sustentável que temos no planeta". 

A farinha produzida por Megan leva mandioca, coco, tapioca e duas espécies de grilo, que são secos e depois moídos.  A empresa também vende vários biscoitos de chocolate feitos com a mesma mistura.

Adeus à soja
A empresa Exo, por sua vez, usou a farinha de grilo para substituir a soja em suas barrinhas de proteína - uma maneira de chamar a atenção do público e adicionar mais nutrientes ao produto. "A pessoa que desejamos atingir é alguém que se preocupa com a boa forma e nutrição, que se importa com o que está consumindo", diz Greg Sewitz, um dos sócios da marca. 

As primeiras barras de proteína foram feitas na cozinha de Greg com grilos assados no forno - "como você faria com qualquer outra carne", explicou ao "The Salt". Atualmente, a matéria-prima é criada especialmente para a produção das barrinhas, alimentada com ração orgânica. 

O produto já tem competição no mercado: a marca Chapul, também nos Estados Unidos, também vende barrinhas com farinha de grilo adicionadas a ingredientes como cacau, café e pimenta caiena, por exemplo. Resta saber se o público em geral encarará bem o conteúdo do doce.