Batida retoma seu espaço nos botecos brasileiros
Clássico de boteco, a batida é a cara do brasileiro. Criada algumas décadas depois da caipirinha, conquistou os frequentadores de botequim logo no primeiro gole e virou modinha da geração bossa-nova, durante as décadas de 50 e 60.
“Era um momento em que a coquetelaria estava mostrando um estilo tropical de fazer drinques”, diz Marco de La Roche, do paulistano Casa Café e autor do site Mixology News. “Usávamos frutas frescas, que outros países não tinham, leite condensado, cachaça e muito gelo.”
Simples assim, a receita ainda faz parte de seu cardápio e aparece em outras casas de respeito. No Aconchego Carioca, nos sabores coco, amendoim e morango, é um sucesso. “Numa época em que só se fala em mixologia, acho importante resgatar esse tipo de coquetel”, diz Edu Passarelli, sócio-proprietário da filial paulistana da casa.
No Bar do Oswaldo, no Rio de Janeiro, são vendidas 12 mil doses por mês. Sabores como bombom, café-creme, vinho e açaí chamam a atenção. “Com toda essa onda de gastronomia, a gente sentiu necessidade de inovar as receitas”, diz Rommel Cardozo, o dono do bar.
Preparar o drinque não tem segredo algum. O único cuidado é bater a mistura na hora em que for servida. “Pode até fazer em grande quantidade, no liquidificador”, diz Marco. "Contanto que bebam imediatamente."
Para ele, o ideal é usar cachaças brancas, sem passagem por madeira. “A mistura desse destilado com a fruta é deliciosa”, afirma Marco. Melhor até do que a vodca, que tem sabor neutro.
Tradicional acompanhamento de churrascos, a batida combina com qualquer ingrediente e é tão doce que nem parece bebida alcoólica. Aliás, esse é o perigo, pois acaba-se bebendo muito, sem perceber. Para que não fique tão açucarada, Marco sugere botar só a metade da quantidade pedida na receita de leite condensado e completar o restante com creme de leite fresco. “As mulheres adoram”, diz Passarelli. E quem não gosta?
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