Casas de repouso nos EUA apostam em culinária refinada para atrair clientes
Comida para idosos precisa ser mesmo insossa e sem graça? Uma série de casas de repouso nos Estados Unidos está quebrando a regra da refeição sem sal e sem pimenta empregando chefs e utilizando cardápios vistos em spas para atrair uma clientela que está acostumada a bons restaurantes.
"É a geração criada com latte e sushi que está chegando. Eles viajaram bastante e estão acostumados a comer em bons restaurantes". É a explicação que Mary von Goeben, da casa de repouso Mercy Circle, em Chicago, oferece para o fato de ter chefs trabalhando em sua cozinha.
Segundo reportagem do "The New York Times", as adaptações para os moradores não abandonam o sabor: para quem não pode comer sólidos, os chefs transformam, por exemplo, frango assado em purê - moldado e servido para se parecer com o prato original.
De acordo com números oficiais, 19% da população do país terá 65 anos ou mais em 2030. Com isso em mente, os administradores de casas de repouso começam a se preparar para uma clientela que cresceu acostumada com programas culinários na televisão e ingredientes raros nos supermercados, entre outros detalhes.
E não são somente os asilos que estão se adaptando à nova realidade: escolas de culinária incluíram em seu currículo aulas sobre como cozinhar para a terceira idade, enquanto chefs estrelados - também eles já na idade da aposentadoria - usam seus talentos para auxiliar causas como a alimentação para idosos de baixa renda.
Dietas e Opiniões
Um dos desafios de preparar um menu para idosos é equilibrar as necessidades nutricionais com o sabor, além de lidar com dificuldades de algumas pessoas de idade para mastigar ou ainda para cortar alimentos.
Para Richard Schnekel, que fundou uma empresa que auxilia casas de repouso a criar menus, a união de nutricionistas e chefs pode criar coisas bem melhores do que "uma lata de suplementos e uma colherada de comida pastosa".
"Se você separa o lado nutricional do lado culinário, você acaba prescrevendo vitaminas e suplementos alimentares. Dá para oferecer comida fresca batida e reforçada, por exemplo", diz.
Outro ponto levado em consideração é a opinião da clientela. Mary von Goeben explica que para muitas mulheres, acostumadas a cozinhar durante toda a vida adulta, tem opiniões bem claras do que desejam ou não comer. "Elas são um público difícil", diz. "Já tive várias senhoras que vieram até mim com o prato na mão, dizendo 'você comeria isso?'"
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