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Conheça Carlos Bertolazzi, novo chef do reality "Cozinha Sob Pressão"

Bertolazzi: "dá para fazer merchandising sem ser de forma agressiva" - Divulgação
Bertolazzi: "dá para fazer merchandising sem ser de forma agressiva" Imagem: Divulgação

Roberta Malta

do UOL, em São Paulo

29/09/2014 15h27

Carlos Bertolazzi, 44, não sossega. Sócio do restaurante paulistano Zena Caffè, apresentador do programa Homens Gourmet, exibido pelo canal Fox Life, autor do livro “Ichef: Histórias e Receitas de um Chef Conectado” (ed. Tapioca), agora vai fazer o maléfico no SBT à frente do programa "Cozinha Sob Pressão" — cujo modelo britânico, "Hell’s Kitchen" transformou em celebridade Gordon Ramsay, respeitado cozinheiro inglês.

O convite surgiu por acaso, quando Jefferson Rueda, do paulistano Attimo, decidiu pendurar o avental antes mesmo dos atrapalhados concorrentes. O motivo da desistência foi a incompatibilidade com os contratos de merchandising que vieram no caldeirão da Fremantle Media, dona dos direitos do programa, com os quais ele não se identificou. “Não entrei na cozinha por dinheiro”, diz Jefferson. “Sou chef por ofício e paixão.”

Bertolazzi pensa diferente. “Eu sei como funciona a televisão e já trabalhei com todos esses patrocinadores”, diz. “Dá para fazer isso de uma maneira que não seja agressiva.”

Jefferson Rueda e as coxinhas do Attimo - Simon Plestenjak/UOL - Simon Plestenjak/UOL
"Sou chef por ofício e paixão", diz Rueda. "Não entrei na cozinha por dinheiro"
Imagem: Simon Plestenjak/UOL

Animado em conquistar o grande público da TV aberta, garante que fazer papel de mau não será problema. “Construí essa imagem de brincalhão, mas na cozinha sou bravo mesmo”, afirma. “Só quem trabalhou comigo sabe como sou. Depois sofro em casa, mas na hora estouro para valer.”

Com estreia prevista para o dia 11 de outubro, o programa vai montar um restaurante para o vencedor entre os 14 concorrentes do reality.

Sai a pasta 007, entra o avental
Bertolazzi não nasceu na cozinha, tampouco aprendeu a cozinhar com sua avó. Apesar de seu pai, Alberto, ser um gourmand exigente e sua mãe, Vera, dona do bufê C.U.C.I.N.A., em São Paulo, o começo da vida profissional desse chef passou bem longe das panelas.

Administrador por formação, ficou um bom tempo acompanhando o sobe e desce da bolsa de valores no meio daquela gritaria que se vê no cinema. Mas aos 33 anos, decidiu que queria mudar de vida e fazer o que, de fato, lhe dava prazer: cozinhar.

Estudou gastronomia no Piemonte e, em 2005, estagiou no Flipot, restaurante italiano com duas estrelas no respeitado guia "Michelin". Logo em seguida, trabalhou nos nova-iorquinos Alta e Falai. Dois anos depois, foi o escolhido, em um concurso promovido pelo azeite Borges, para um estágio no extinto El Bulli, do catalão Ferran Adrià – o papa da nova cozinha espanhola, mentor de uma geração inteira de chefs.

De volta à Itália, trabalhou no Piazza Duomo, de Enrico Crippa e, com a bagagem cheia de experiências gastronômicas, assumiu o bufê da sua mãe. Logo ganhou o prêmio de melhor banqueteiro da revista Prazeres da Mesa e começou a aparecer na mídia com constância.

Hoje, além do Zena, ainda vende na paulistana Feirinha Gastronômica suas famosas coxinhas de pato  -- petisco que ganhou notoriedade depois do sucesso na descolada feira nova-iorquina Smogasburg e, este ano, ganhou o prêmio de “melhor comida de rua” também da revista Prazeres da Mesa. Além disso, o chef divulga seu livro Brasil afora e é consultor da churrascaria paulistana Carbone.

Agora é esperar para ver o doce rapaz de cabelos louros e olhos claros atacar aprendizes e fazer cara de decepção quando a cozinha não acerta. O mais difícil, talvez, vai ser Bertolazzi, bastante ativo nas redes sociais, deixar o celular desligado quando ouvir a palavra de ordem: “gravando”!