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Especialistas derrubam mitos sobre o rosé, o vinho que tem a cara do verão

Fernanda Meneguetti

Do UOl, em São Paulo

30/01/2015 19h01

Eles são leves, rosados, fresquinhos. Estrelas no verão em outras partes do mundo – especialmente na Europa -no Brasil são ainda tidos como fracos, cafonas ou menores. “Sem nenhuma conotação pejorativa, o rosé é um vinho descompromissado, bom para um aperitivo, para ser bebericado à beira da piscina ou à praia e que até pode aceitar uma pedrinha de gelo para que sua temperatura não suba”, explica Gianni Tartari, ex-“wine hunter” (ou caçador de rótulos para importadoras) e sommelier do Loi Ristorantino.

À mesa, a bebida casa bem com pratos leves, como saladas, bruschettas e frutos do mar. Somando à sua refrescância nada mais natural do que ser associado e procurado à estação mais quente do ano. “Depois de uma boa experiência gastronômica com um rosé, os clientes invariavelmente voltam pedindo outros rótulos”, acredita Daniela Bravin,sommelière e proprietária do restaurante Bravin, em São Paulo.

Pétalas de Rosas
O vinho rosé surgiu na Provence, região no sul da França, há 26 séculos, quando os gregos implantaram as primeiras vinhas em Marselha e começaram a produzir uma bebida de cor clara. De fato sua coloração típica de "pétalas de rosas" ou de "casca de cebola" seduz os enófilos. E soma-se a isso uma evolução com aromas refrescantes e elegância.

Hoje, por mais que vinhos rosés provençais permaneçam como referência, já existem boas garrafas fora da França. O orgânico De Martino Gallardia Rosé, por exemplo, feito com uva Cinsault ao estilo clássico da Provence, mas no Chile, foi premiado e hoje é respeitado pelo sommeliers.

É importante saber que os pigmentos que dão cor ao vinho vêm da casca de uvas tintas. A coloração de um rosé depende da duração do contato entre o suco (praticamente incolor) e a casca da uva, em um processo que leva algumas horas e pode ser seguido por uma maceração suave.  “A questão maior não é o local onde o vinho é feito. As uvas devem ser colhidas enquanto ainda têm alto nível de acidez para garantir seu frescor, mas precisam estar suficientemente maduras para enriquecer o vinho”, explica Bianca Veratti, sommelière da Importadora Zahil.

Mas fique atento: “O bom rosé é delicado. Uma cor escura indica o caminho oposto. Mas há rosés mais rubis que são tão bons quanto”, ensina Bernardo Murgel, sommelier e sócio da loja e importadora Porto di Vino, no Rio de Janeiro. “O mais importante no entanto, é ser de uma safra recente, pois ele não envelhece bem”, alerta.