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Eles são chefs: picam, assam, fritam, mas também cantam, tocam e correm

Fernanda Meneguetti

Do UOL, em São Paulo

25/04/2015 07h00

Ser chef é um sacerdócio. Uma missão levada tão a sério a ponto de ser tida como sagrada. Ou alguém duvida da seriedade de uma pessoa que passa doze horas em pé num baita calorão só para executar uma receita com perfeição?

Parede grafitada do Maní - Bruno Geraldi/Divulgação - Bruno Geraldi/Divulgação
O grafite no corredor do Maní foi criado pela chef da casa
Imagem: Bruno Geraldi/Divulgação
Para além dos limites dos fornos, fogões, despensas e refrigeradores, as horinhas que sobram precisam de um rumo. No caso de Ivan Achcar, do Alma Cozinha e Esquina, e jurado de "Cozinheiros em Ação", a vida de fora até se junta com a de dentro da cozinha: "Aprendi com um vizinho a fazer móveis e aproveitei para fazer os do restaurante. Aí, estava sentindo falta de tocar e agora uso o bar para isso", revela ele. A discretíssima Helena Rizzo repete a junção artística e assina os grafites que enfeitam o corredor do Maní e da Padoca do Maní.

Amilcar Azevedo, do Nou, por sua vez, graduou-se em música na Faculdade Santa Marcelina, mas tocava saxofone desde criança e acreditava que viveria da música: "Coincidência ou não, minha banda de soul chamava Visite Nossa Cozinha, mas não tinha nada a ver com fogão – ela se refere ao baixo, bateria e guitarras".

Chef Amilcar Azevedo do Nou - Divulgação - Divulgação
Amilcar Azevedo estudou medicina e tocou saxofone antes de virar chef
Imagem: Divulgação

Contudo, tem chef que participa de maratonas, que faz arranjos artísticos de flores, que canta, que pinta, que atua e até que toca castanhola. É o caso de Allan Vila Espejo, sócio do Grupo Don Pepe di Napoli: "É uma herança cultural dos meus pais espanhóis", explica. Espejo também usa as mãos para fotografar: "É um hobby desde os tempos em que fui modelo".