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Biscoito ou bolacha? Não importa: faça doces incríveis com o ingrediente

Fernanda Meneguetti

Do UOL, em São Paulo

16/07/2015 07h00

"Quando você faz um doce, o ideal é criar texturas diferentes. O biscoito é um bom artifício para isso", ensina a chef Carolina Brandão, do novo restaurante Clementina Forno & Fogão e na delicatessen Las Chicas. A dica vale para pavês, tortas, tiramisùs, sanduíches de cookie, brigadeiros e para onde a imaginação mandar.

"Uma bolacha como a champanhe absorve mais líquido do que o pão de ló sem virar maçaroca e ainda economiza o tempo e o trabalho de preparar o bolo, assá-lo e deixá-lo esfriar. Por isso é tão usada no tiramisù", exemplifica Carol, co-autora do livro "As Doceiras" (Editora Nacional, R$ 79) com a sócia Carla Pernambuco, no qual mais de 60 receitas inspiram a usar açúcar com afeto.

"É possível ser muito simples e também sofisticar com bolachas, e isso é muito legal", afirma Mariana Gorski, da Confeitaria Dama. Daí pode surgir um pavê com biscoito maria, creme de baunilha, doce de leite e gostinho de casa de avó ou até mesmo uma charlotte (uma montagem de cremes e mousses com ou sem base de pão de ló normalmente cercadas por biscoitos champanhe).

Abuse e use

Biscoito maisena esfarelado com manteiga, vez por outra com uma pitada de canela ou umas gotas de baunilha, é sinônimo de bases de cheesecakes e de outras tortas. De fato, a fórmula é um coringa: vai bem com praticamente tudo o que é cobertura – limão, creme e chocolate. Mas não é por isso que não se deva ousar. 

Bolo de Oreo - Divulgação - Divulgação
Bolo com o biscoito americano Oreo do Bistrô Ó-Chá
Imagem: Divulgação

A chef Morena Leite, do restaurante Capim Santo, em São Paulo, por exemplo, prefere bolachas de aveia e mel. Carolina Brandão lembra que se biscoitos recheados forem triturados nem é preciso usar manteiga. Mariana Gorki incentiva arriscar com bolachas de leite, de mel, de coco e até o Calipso, aquele que reveste e dá cara à Torta Holandesa.

A versatilidade garante que até pâtissiers conhecidos pela elegância de sua confeitaria reconheçam o valor da guloseima. É o caso de Arnor Porto. Ainda que faça os próprios biscoitos para dar estrutura e crocância a algumas criações, ele admite o quebra-galho: "A bolacha champanhe não substitui o pão de ló em termos de sabor, mas é um truque para ganhar tempo, ainda que deixe a receita mais pesada. Já um bom biscoito de granola e cacau, por exemplo, intercalado com camadas de creme de chocolate amargo se torna uma receita instantaneamente".

Vale descobrir um bom amanteigado, passar uma camada de caramelo e banhar em chocolate, juntar dois cookies com seu sorvete favorito, mergulhar wafers em fondues doces, enrolar brigadeiro em pedacinhos de uma bolacha sem recheio – os processos são rápidos e infalíveis.