De caveira a frigideira, veja as tatuagens cheias de significados dos chefs
"Guarde a grana dessa tatuagem de cutelo no pescoço e vai viajar e comer, referência é mais importante que atitude". Esta era uma das dicas para os alunos de faculdade de gastronomia de Raphael Despirite, do restaurante Marcel. A brincadeira - com muito fundo de verdade - foi compartilhada no Instagram e no Facebook do chef e teve centenas de curtidas.
Não se engane: apesar da crítica, Despirite tem tatuado na perna direita "42,195 km" – a distância de uma maratona, coisa que ele já correu duas vezes, uma em Paris e outra em Buenos Aires. "A ideia foi fazer o pessoal se ligar que mais importante que criar um personagem de cozinheiro bad boy é criar bases de conhecimento", justifica ele.
Também nas redes sociais, Alex Atala, o chef mais (re)conhecido do país, vazou sua última tatuagem: uma baleia tentando devorar uma lula. O cozinheiro já havia exibido suas tattoos em diversas matérias e, em 2012, em foto da exposição "Na pele".
Entre as marcas conhecidas do cozinheiro do D.O.M., uma espinha de peixe - assim como o Thiago Koch, da recente e já hypada hamburgueria Bullguer. "Tenho uma espinha de peixe que curto muito. Eu nunca tinha visto em nenhum lugar, e o próprio tatuador curtiu, também não tinha visto ainda", defende-se Koch. Ok, Atala é exemplo para as novas gerações...
Ne regrette rien?
"Nunca me arrependi, minha personalidade é refletida nas tatuagens. Tudo que tenho no corpo é relacionado a um período, inclusive tem muita coisa relacionada à cozinha, tem uma cabeça de alho, tem o logo da minha primeira marca, entre outras", revela Henrique Fogaça.
De fato, é difícil pensar no chef do Sal Gastronomia e jurado do reality "MasterChef" e não lembrar das marcas que quase invadem seu rosto. Outro chef que também expõe os desenhos na telinha, no caso no "The Taste Brasil", é André Mifano: "Nunca vou me arrepender. Cada tattoo conta uma história, são além de adereços recordações".
Em compensação, a inquieta Renata Vanzetto não pode dizer o mesmo. Precoce, aos 12 anos, pediu para um amigo tatuar uma estrela no pulso. Além de ter quase matado a mãe de desgosto, Henrique Benedetti compartilha o sentimento da colega. Chef de eventos de Alex Atala por anos, assumiu o Obá e, este ano voltou à sua cidade natal, Poços de Calda, para abrir o Olivia.
Das 12 tatuagens se arrepende da primeira, um dragão: "Tinha 18 anos e fiz na cintura. Por medo dos meus pais descobrirem, fiz pequena. Me arrependo de ter feito tão pequena e também dela ter sido meio amadora e estar borrada".
Carapuça sem mimimi
Chef tatuado virou um clichê? Mifano insiste em uma questão histórica: "Na década de 50, a maior parte da mão de obra das cozinhas nos Estados Unidos era de ex-presidiários já tatuados. Na época os cozinheiros viviam nas beiras da sociedade e por isso se diferenciavam do resto se marcando. Essa prática foi se tornando comum. Hoje em dia é só moda mesmo, poucos cozinheiros novos dedicam seu tempo a estudar e entender o que cerca nossa profissão".
"Em 15 anos tenho influenciado muita gente através da minha cozinha e estilo de vida, pois tenho banda, moto, tatuagem, faço esporte... Pessoas que não têm identidade definida acabam se identificando comigo e se tatuam. E isso é ótimo, pois quebra preconceitos na sociedade", acredita Fogaça.
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