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Morre, aos 38, o premiado bartender Marcelo Vasconcellos

A marca de Marcelo Vasconcellos era a criatividade de seus drinques - Divulgação
A marca de Marcelo Vasconcellos era a criatividade de seus drinques Imagem: Divulgação

Fernanda Meneguetti

Do UOL, em São Paulo

27/07/2015 14h50

Dalva e Dito, Estúdio Emme, Clube Chocolate, Kaá, Zucco, Buddha Bar, Pandoro, Clos de Tapas, Tutto Italiano, Dry, Le Bilboquet e, mais recentemente, Sala Especial 92. Essas são algumas das casas que puderam contar com o talento do bartender paulistano Marcelo Vasconcellos, 38 anos, que sofreu um infarto fulminante na madrugada desta segunda-feira (27).  

A coquetelaria contemporânea de Vasconcellos foi marcada por criatividade e pesquisas. Sua marca era o uso equilibrado de infusões, xaropes, purês e espumas artesanais em favor dos sabores e das texturas dos drinques. Em favor da surpresa. Assim, seu gim tônica podia ter uma redução de vinagre balsâmico, sua sangria vinha em porções individuais, com cubinhos esculturais de frutas. 
 
Suas vodcas costumavam ganhar aromas próprios. A de framboesa se combinava à compota da mesma fruta, um tanto de chá de especiarias e uma dose de espumante para dar frescor e elegância. Já a versão com casca de laranja se juntava a outros cítricos macerados, purê de abacaxi e refrigerante caseiro. As invencionices não tinham limite.
 
Se a carta de drinques deixasse o cliente na dúvida, ele sugeria algo, mesmo que não estivesse na lista, só para agradar. E agradava. Com a coqueteleira na mão, Vasconcellos tinha domínio do bar e, ao longo de 16 anos de carreira, firmou-se referência. Defendeu o Brasil em concursos no exterior e fica marcado pelas passagens breves e geniais por diversos balcões da cidade.