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Veja o que presidentes e outros poderosos comem (ou não)

Fernanda Meneguetti e Anna Fagundes

Do UOL, em São Paulo

20/08/2015 19h01

Picadinho, aperitivo ou só uma saladinha: quando ninguém está olhando, presidentes, membros da realeza e outros poderosos também gostam de almoçar e jantar bem. Se na hora dos jantares cerimoniais vale a regra da sofisticação e da valorização dos ingredientes e receitas nacionais, nos bastidores o menu pode ser bem mais simples.

No Brasil, Roberta Sudbrack —recém premiada como a melhor chef feminina da América Latina— ficou famosa depois de ter sido a cozinheira oficial do Palácio da Alvorada durante os dois mandatos de Fernando Hernique Cardoso. Seu restaurante no Rio de Janeiro tem até pratos em homenagem àqueles dias, como o Picadinho do Presidente. 

Outro notório fã de picadinho era o ex-presidente Juscelino Kubitschek - tanto que uma versão do prato foi batizada com seu nome. Em tempos mais modernos, o ex-presidente Lula da Silva tinha preferência por rabada com polenta, enquanto a atual ocupante do cargo, Dilma Rousseff, é fã de bife a cavalo com fritas e de arroz refogado com alho e cebola.

Segredos da França
Na França, vez por outra, também escapam fofocas das cozinhas do Palácio do Eliseu, residência oficial do governo. Durante uma visita a São Paulo, o chef pâtisser Régis Ferey, há mais de uma década responsável pelas sobremesas servidas aos presidentes da França, contou alguns segredos de seu trabalho. 

Parte de uma equipe de 17 cozinheiros, Ferey trabalhou para François Mitterrand, Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande. Seu maior desafio, conta, foi Sarkozy: "Ele não bebia nada alcoólico. No tradicional brinde aos chefes de Estado, todas as taças tinham champanhe, exceto a dele, que era preenchida com água com gás. Já Jacques Chirac era muito mais etílico: sempre que podia, degustava cachaça com Lula."

O sigilo profissional impede que Ferey dê detalhes sobre preferências e receitas. Mas isso não impede de dar detalhes: “Sarkozy não era gourmet. Com Carla Bruni, mantinha uma dieta restrita e várias vezes contentava-se apenas com salada. Mas exigia sempre duas sobremesas no almoço e duas no jantar.” 

Beterrabas, não
Ser presidente às vezes é também precisar especificar o que não quer comer. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por exemplo, já declarou que não é fã de beterrabas. "Eu evito comê-las sempre que possível", explicou em entrevista à agência Associated Press.

Em compensação, Obama gosta muito de comida mexicana e se envolveu em uma polêmica com o jornal "New York Times", que publicou uma receita de guacamole (pasta tradicional à base de abacates) que incluía ervilhas entre os ingredientes. "Respeito o jornal, mas não dá para encarar ervilhas no guacamole", comentou em sua conta do Twitter

Por sua vez, a rainha Elizabeth 2ª, não é chegada em pratos muito complicados, e prefere um bom chá, filé de peixe grelhado e e cereal de flocos de milho com leite e passas, de acordo com o ex-chef do Palácio de Buckingham, Darren McGrady.

Em entrevista ao jornal inglês "Daily Mail", o chef –que trabalhou 15 anos no palácio real britânico— conta que as fraquezas da monarca, de acordo com o chef, são os chocolates e seu drinque preferido, gim com Dubonnet (aperitivo à base de vinho), que ela toma todos os dias após o jantar. Um pequeno agrado no fim do dia, como qualquer pessoa, plebeu ou nobre.