Mão na massa: de sushi a pizza, restaurantes criam cursos de culinária

Quer aprender a cozinhar? Vá ao restaurante. Motivados a oferecer algo novo aos clientes, muitos chefs paulistanos têm se dedicado a montar cursos livres focados em gastronomia, disponíveis no espaço de seus restaurantes. Em geral, são encontros que duram poucas horas, com turmas pequenas e exclusivas e temas que variam do sushi à pizza.

O Sensi Gastronomia, pilotado por Manuel Coelho, é um bom exemplo. Desde a abertura da casa, há um ano, no bairro paulistano de Campo Belo, o chef já previa um espaço bem equipado para aulas. “Os cursos são uma oportunidade de mostrar ao cliente todo o cuidado envolvido no preparo de uma receita”, diz Coelho. Os temas mudam todo mês. Para outubro, estão previstas aulas sobre tapas e petiscos  e sobre os segredos dos risotos. Com 16 alunos por turma, os preços variam de R$ 220 a R$ 250 por aula. “Preparamos sempre três pratos, no mínimo. É aula e jantar, tudo o que fazemos é degustado depois”, lembra o chef.

No tradicional Friccó, há 18 anos na Vila Mariana, o chef Sauro Scarabotta abre o salão para quem deseja aprender técnicas muito particulares: pães de fermentação natural, pizza e embutidos são alguns dos temas clássicos da casa. “Comecei a dar aulas no Friccó há dois anos. Acontecem geralmente aos sábados pela manhã, um assunto por vez”, afirma Scarabotta. O tamanho das turmas varia de acordo com a procura, obedecendo sempre ao critério de, no mínimo, seis alunos e, no máximo, 20. “Procuramos nos aprofundar no tema. Não é só receita, ajudamos a entender o processo e todas as suas variáveis”, diz o chef.

Em sua animada aula de pizza, Scarabotta divide a cena com Márcio Kimura, mestre na arte da panificação. São três horas que mesclam teoria, prática e muita degustação. Os cursos têm preços entre R$ 220 e R$ 250, dependendo do assunto. Para os próximos meses, estão previstos módulos de pães, molhos e caldos, embutidos, salumeria curada, polenta e risoto. 

Casamento na cozinha
Para quem procura um ponto de vista mais brasileiro, o Na Cozinha, de Carlos Ribeiro, é uma boa pedida. Pioneiro em unir restaurante e escola de gastronomia, o chef oferece diversas modalidades de cursos há mais de seis anos, com opções inclusive para estrangeiros. “Sempre amei dar aulas. Inicialmente, montei um curso básico, um beabá culinário. É o mais procurado até hoje”, conta o chef.

Em um espaço despretensioso no segundo piso de seu restaurante, Ribeiro recebe até sete pessoas por turma, com encontros semanais. O básico, com 10 aulas, custa R$ 2 mil. “Aqui é mão na massa. Passamos por cortes, caldos, arroz, grãos, carnes. Meus alunos são maravilhosos, já saiu até casamento. Fui citado na igreja e tudo”, lembra, emocionado.

As opções para o cozinheiro amador não param por aí: é possível fazer aulas específicas de sushi, de doces e de harmonizações de pratos e bebidas em diversas casas diferentes. Alexandre Saber, o Sassá, chef e proprietário do SassáSushi, no Itaim Bibi, divide todos os segredos para o preparo de um bom sushi em seu restaurante. São três módulos de três horas cada – básico, intermediário e avançado –, com preços que vão de R$ 200 a R$ 265. A turma é composta por 18 alunos, que atuam em bancadas individuais. O que começou de maneira simples, na garagem da casa do chef, virou coisa séria: o sushiman já contabiliza mais de 12 mil alunos certificados.

No quesito confeitaria, Rafael Barros, da premiada Ópera Ganache, nos Jardins, é mestre. Em setembro, o chef dará aulas de marshmallow, naked cake, brigadeiros, macarons, bala de coco e alfajores, entre outros. Os preços variam de R$ 150 (aula de brigadeiro para iniciantes) a R$ 850 (curso Doces Avançados, com preparo de 20 tipos de doces), em aulas que podem durar até cinco horas.