São João, no Nordeste, é comemorado com mesa farta e muita tradição
Fogueira, bandeirolas e comidas típicas fazem dos festejos juninos um dos momentos mais adoráveis do ano. Mas, no Brasil, há um lugar no qual este momento é ainda mais especial: o Nordeste.
Para alguns, a temporada é mais esperada do Natal e Carnaval - tanto que, mesmo não sendo oficial no calendário, o São João, celebrado em 24 de junho, é feriado em algumas cidades da região. "O que acontece é que trocamos: trabalhamos no Corpus Christi para poder brincar essa data como ela merece", comenta a chef Danielle Johnnei, do Recife (PE).
A comemoração é, claro, toda cheia de pompa - com direito, inclusive, à ceia, que começa na véspera (23). Ocasião essa que pede roupa nova e muita comida. "É a melhor festa do ano e a diversão vai até dia 29, dia de São Pedro", conta a chef Marcella Souto, da MR Consultoria Gourmet, também no Recife. "É a época de milho, que significa fartura, fato esse que levamos seriamente para a mesa junina junto com dois ingredientes que são muito do nosso cotidiano: macaxeira [mandioca] e coco", complementa Marcella.
Entram no menu pratos de sustância como Escondidinho de Carne-Seca e Macaxeira, Arrumadinho, Guisados e Sopas. "Comer carne é algo muito forte da cultura nordestina, tanto é que está presente já no nosso café da manhã. Sendo assim, são preparos que não poderiam ficar de fora dessa festa", comenta Carlos Ribeiro, que é nascido em João Pessoa, na Paraíba, e em solo paulistano comanda o restaurante Na Cozinha.
Paçocas e amendoins
Na Paraíba, uma receita típica obrigatória é o Rubacão, uma espécie de 'mexidão' de arroz, feijão verde, carne de sol, queijo coalho e nata. "Gostamos muito de pratos com molho, por isso no menu junino pede receitas desse tipo com bode e um bom bife de panela", relembra Ana Cláudia Araújo, chef e proprietária do Oásis Boutique Hotel e Spa, em Gravatá, na serra pernambucana. Outro ícone da temporada é a Paçoca, mas não o doce. Mais uma vez, é um prato único com farofa, manteiga de garrafa e castanha. E, sim, carne, que pode ser a de charque ou de sol, segundo a chef Danielle.
Para beliscar, o amendoim cozido é item obrigatório em toda a região, sobretudo na Bahia. Prepará-lo é das coisas mais simples: basta um caldeirão ou panela de pressão com muita água e uma horinha de fogo. Só prepare dobrado porque, segundo os locais, é coisa que a gente não consegue parar de comer.
Hora do doce
Para o deleite dos amantes do açúcar, ainda tem os doces. Não podem faltar os clássicos como Bolo Souza Leão (de massa de mandioca e leite de coco) e o Bolo de Rolo, feito com camadas finíssimas de massa entremeados com goiabada. Os dois, considerados Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco, disputam a atenção com outros dois doces que existem o ano todo, mas são hits juninos, caso dos Bolos de Macaxeira e o Pé de Moleque (que, apesar do nome, nada tem a ver com amendoim, levando cravo, açúcar mascavo e castanha de caju).
Por fim, a chef Madalena Albuquerque, do restaurante recifense Just Madá, lembra não existe festa sem três especialidades: Pamonha, que quase sempre é a doce; Mungunzá, que pode ser de milho branco ou amarelo, e seria a canjica em grande parte do país; e a canjica, mas a nordestina. "Ela assemelha-se ao curau, mas é praticamente uma mousse bem levinha de milho de verde", explica Madá.
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