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Até eles: 5 chefs contam as barbaridades que já aprontaram na cozinha

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

09/12/2016 17h04

Para cometer uma trapalhada durante o preparo de um prato, basta estar na cozinha. Se você for inexperiente, então, o cenário se torna propício para o erro. É isso o que garantem chefs brasileiros talentosos. Porque sim, eles também já erraram. E muito! A seguir, eles contam algumas de gafes entre as panelas.

Roberta Sudbrack matéria sobre barbaridades cometidas na cozinha - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
“Já deixei um prato muito, muito apimentado porque esqueci de retirar as sementes das pimentas. Felizmente, era apenas um teste! Também já joguei fora panelas e mais panelas tentando fazer um molho francês. Quando acertei, chorei tanto em cima da panela que até hoje não sei se deu certo porque apliquei a técnica correta ou porque minhas lágrimas gelatinizaram o molho. Outra coisa que eu já tentei inúmeras vezes foi fazer o arroz branco soltinho da minha avó. E errei repetidas vezes, sendo que ela faz isso de olhos fechados.
Roberta Sudbrack, chef do restaurante que leva o seu nome e eleita em 2015 a melhor chef mulher da América Latina, pela revista inglesa “Restaurant”.

Ivan Ralston matéria sobre barbaridades cometidas na cozinha - Roberto Seba - Roberto Seba
Imagem: Roberto Seba
“Quando comecei, eu era um cozinheiro bem desastrado. Deixava muitas coisas caírem no chão, trombava com as pessoas, me queimava e me cortava. Lembro de um dia ouvir do Daniel Redondo [chef do Maní, em São Paulo]: ‘Você é muito ruim. Mas eu também era. Se você trabalhar, chega lá’. É normal os cozinheiros jovens serem meio desastrados, pois trabalhar em uma cozinha profissional é como dançar um balé. Talvez o caso mais marcante, para mim, tenha sido quando quebrei uma caixa de ovos que se espalhou toda pelo chão, no meio de um serviço bem cheio no Maní, em 2008. Por sorte, os chefs eram muito pacientes comigo!"
Ivan Ralston, chef do Tuju, em São Paulo, uma estrela no Guia Michelin.

Lucas Corazza matéria sobre barbaridades cometidas na cozinha - Victor Affaro - Victor Affaro
Imagem: Victor Affaro
“Os erros mais comuns que cometi no início da carreira aconteceram por estar preocupado em cumprir todas as tarefas e não perceber que era melhor organizar item a item, em um ‘plano de ataque’, e só iniciar o dia após organizá-los por ordem de importância. Eram erros banais mas que resultavam em horas extras de trabalho e atraso em entregas. Por exemplo: bater o chantilly até virar manteiga; errar o ponto da calda de açúcar para fazer o merengue; pesar errado ingredientes por me distrair com a balança. Mas o pior deles foi guardar um preparo de creme catalão ainda líquido na prateleira de cima da câmara fria. Resultado: quando fui pegar, o líquido balançou e eu tomei um banho. Não bastasse perder a produção, ainda tive que trabalhar todo sujo.”
Lucas Corazza, chef especializado em pâtisserie e apresentador do programa "Que Seja Doce", no GNT

Chef Carole Crema - Edu Frazão/Divulgação - Edu Frazão/Divulgação
Imagem: Edu Frazão/Divulgação
“Quando eu estava começando, em 2004, uma grande amiga me pediu para fazer os docinhos e o bolo de casamento dela. Na hora eu gelei e disse que nunca tinha feito nada nesse ramo, que era muita responsabilidade. Mas não adiantou, ela insistiu, me pagou e falou que eu faria os doces – sem discussão! Como eu não tinha experiência alguma em festas, passei a noite enrolando os docinhos. Eu não sabia, naquela época, que poderia ter feito tudo um dia antes. Por medo de dar errado, preferi virar a noite trabalhando. Não bastasse isso, eu fiz vários bolos redondos, que foram cortados em pedaços para a montagem. Banhei tudo com chocolate, joguei glitter e entreguei. Só que eu não sabia estruturar o bolo. De repente, no meio da festa, uns pedaços começaram a despencar. Eu e a assessora do evento conseguimos disfarçar, colocamos uma garrafa de água para ajudar a sustentar e segurar. No fim, todo mundo elogiou os doces. Até que uma pessoa me chamou de lado e disse: ‘Carole, queria você explicasse esse bolo, que eu acho que são elementos da natureza, né? Porque tem luz, sol e essa água!’”.
Carole Crema, chef patissier e apresentadora do programa "Que Seja Doce", do canal GNT

Ludmilla Soeiro matéria sobre barbaridades cometidas na cozinha - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
“Em 2003, eu tive minha primeira visita de críticos gastronômicos no restaurante e fiquei supernervosa. Ao fazer a sequência de pratos para eles, um era peixe. E eu salguei duas vezes antes de colocar na grelha. Quando o crítico comeu, me chamou na mesa e falou que o peixe estava muito salgado. Eu fui experimentar e comecei a chorar na hora – tinha mesmo muito sal! O crítico precisou me acalmar. No fim, a crítica foi boa, porque ele viu que eu estava nervosa demais”.
Ludmilla Soeiro, chef executiva do restaurantes Zuka, no Rio de Janeiro