Companhias aéreas investem nas refeições a bordo para atrair passageiros
Atire a primeira frasqueira quem nunca reclamou da comida durante um voo de avião. Algumas companhias aéreas, na contramão da redução dos pratos à bordo, resolveram investir em alguns detalhes das refeições a bordo para conquistar o paladar (e a confiança) dos passageiros.
A companhia inglesa British Airways, por exemplo, elaborou um blend de chá especial junto com a marca Twinings, servidos em todos os voos desde junho deste ano, para todos os passageiros. A nova bebida, feita com variantes das ervas Assam e Ceylon, foi desenvolvida depois que uma pesquisa comprovou que o gosto do chá preto tradicional é alterado em até 30% por conta da altitude.
A mudança no paladar e as condições de preparo da comida são o principal desafio de quem faz alimentos para servir nas alturas: a pressão na cabine e a baixa umidade reduzem a percepção de gosto. Além disso, por questões de segurança não é possível nem ferver água dentro de um avião. Os pratos são apenas reaquecidos a bordo, o que pode fazer com que carnes e peixes, por exemplo, acabem cozidos em excesso ou ressecados.
Para driblar esse problema, algumas companhias apostam em grandes nomes para assinar seus cardápios. Na Air France, o menu da primeira classe e da classe executiva é assinado pelo chef Joël Robuchon, que conta com nada menos que 27 estrelas no respeitado guia "Michelin" em 20 anos de carreira. Os pratos mudam a cada dez dias, e contam com sugestões como peito de frango com molho de curry verde e arroz com papoula, e macarrão com camarões e capim-limão.
Chef nas alturas
Já a Singapore Airlines contratou os serviços do chef britânico Gordon Ramsay para criar os menus da companhia, enquanto a companhia Ethiad, baseada em Abu Dhabi, contratou chefs para preparar e servir refeições no ar para os clientes da primeira classe.
No Brasil, a barista Isabela Raposeiras, proprietária do Coffee Lab, firmou uma parceria com a companhia aérea TAM para criar um novo tipo de café a ser servido nos voos internacionais da empresa, que conta atualmente com 150 destinos em 23 países. O desafio de Raposeiras é escolher um blend que não sofra alterações por conta da altitude. A barista pretende analisar blends personalizados das principais marcas brasileiras em testes às cegas.
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