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Com notas de iogurte e até vinho, cervejas ácidas ganham espaço no Brasil

Cervejas fermentadas Sour Me Not, da paranaense Way Beer - Divulgação
Cervejas fermentadas Sour Me Not, da paranaense Way Beer Imagem: Divulgação

Rodrigo Casarin

Do UOL, em São Paulo

20/04/2015 07h00

Elas são ácidas, azedas, com notas rústicas de iogurte ou até mesmo de vinho. Fermentadas por uma infinidade de bactérias e outros micro-organismos, cervejas com essas características um tanto peculiares deixaram de ser fabricadas e encontradas apenas na Europa: viraram febre nos Estados Unidos e agora começam a conquistar seu espaço no Brasil.

De fermentação espontânea (quando a cerveja é fermentada por micro-organismos presentes no ar e nos barris, normalmente de madeira, nos quais as bebidas são acondicionadas) ou de fermentação mista (quando, além da levedura de alta ou baixa fermentação, também é adicionado algum outro micro-organismos à bebida), elas normalmente despertam repulsa ou paixão.

“O sabor assusta um pouco grande parte dos apreciadores no início, mas a crescente maturidade dos consumidores e a busca por novas sensações faz com que elas ganhem espaço no mercado e no paladar das pessoas”, diz o sommelier de cervejas Magoo Pellegrino.

Dentre as cervejas nessa linha, alguns estilos chamam mais atenção, como o Straight Lambic, que passa por fermentação e maturação que chegam a durar três anos, o Fruit Lambic, com fermentadas que levam frutas em sua composição, e a Gueuze, que misturam lotes de bebidas envelhecidas por alguns anos com outros mais jovens.

Para começar
Todos esses estilos são oriundos da Bélgica, bem como o Flanders Red Ale, que pode ser uma boa porta de entrada para quem deseja descobrir o universo das cervejas fermentadas “As Red Ale de Flanders têm uma afinidade tão grande com os vinhos que certos exemplares levam referências à região de Borgonha, famosa pela produção dos fermentados de uva”, explica Pellegrino.

Outra boa opção para se iniciar nessas bebidas são as Berliner Weisse, representantes da escola alemã, cervejas de trigo com uma leve acidez que podem remeter a vinho branco. “Extremamente refrescante e com baixíssimo teor alcoólico, é uma boa pedida para um dia de calor”, indica o sommelier.

Cerveja Pecheresse - Divulgação - Divulgação
Cerveja Pecheresse, feita a partir de pêssegos
Imagem: Divulgação


Excelentes exemplares de cervejas ácidas estão disponíveis no Brasil, como a Berliner Kindl Weisse, a Lindemans Pecheresse (uma Fruit Lambic com pêssego), as Gueuzes da cervejaria Cantillon, a Straight Lambic Grand Cru Bruocsella, e a Duchesse de Bourgogne, representante das Flanders Red Ale. Além disso, cervejarias nacionais também vêm se aventurando no universo ácido e azedo. Um exemplo é a linha Sour Me Not, da paranaense Way Beer, com opções que levam graviola, morango e acerola em suas receitas.