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De bolo de cenoura a jabuticaba, vale tudo para criar um panetone diferente

Panetone da padaria Villa Grano é inspirado nos bolos de cenoura - Luís Vinhão/Divulgação
Panetone da padaria Villa Grano é inspirado nos bolos de cenoura Imagem: Luís Vinhão/Divulgação

Anna Fagundes

Do UOL

05/12/2017 04h00

Panetone, por definição, é aquele pão doce de origem italiana bem recheado com frutas cristalizadas - ou então, na adaptação preferida de muita gente, com gotas de chocolate. Ou com recheio de creme à base de vinho. Ou paçoca, geleia de jabuticabas e o que mais a imaginação de doceiros e padeiros puder criar. 

Na padaria paulistana Villa Grano, por exemplo, as novidades para o Natal incluem panetones no palito recheados com geleia de jabuticabas e coberto com chocolate branco (feito sob encomenda), com creme de pistache (R$ 62 o quilo) e ainda com massa de bolo de cenouras, recheado com chocolate e avelãs e recoberto com chocolate ao leite (R$ 58 o quilo)
 
Segundo Fabiano Duarte, chef confeiteiro da Villa Grano, "existe uma paixão por bolo de cenoura, não importa o formato. Então, decidimos transformar essa predileção em um panetone". 
 
Os panetones no palito, em sua quarta edição, já conquistaram uma clientela fiel: "o públco sempre recebe as novidades com muito entusiasmo, sempre aguardando a próxima invenção."
 

Panetone no tabuleiro

Na Dona Deôla, outra rede de padarias paulistana, a ordem foi esticar o panetone - no caso, servi-lo em placas mais fáceis de cortar (R$ 54 o quilo). Os recheios também variam: há brigadeiro com massa de chocotone, creme com frutas cristalizadas e uvas passas e de bem-casado. Este último fez tanto sucesso no Natal que acabou ganhando sobrevida como recheio de ovo de Páscoa. "Sem dúvida é o queridinho dos clientes", conta Susana Hepner, coordenadora de marketing da rede. 
 
Panetone de placa, padaria Dona Deôla - Tadeu Brunelli/Divulgação - Tadeu Brunelli/Divulgação
A padaria Dona Deôla lançou um panetone em formato de placa, para ser vendido em fatias
Imagem: Tadeu Brunelli/Divulgação
 
Os clientes, segundo explica Susana, até sugerem sabores diferentes pelas redes sociais ou escrevendo direito para a padaria, mas a escolha final acontece em um concurso interno entre os confeiteiros das seis lojas da rede. "Às vezes, outros profissionais também sugerem sabores e produtos a partir de alguma tradição familiar ou descoberta em viagens. Já aconteceu também de sortearmos clientes para participar da degustação, foi uma experiência bem bacana". 
 
Mas, ao contrário do que pode parecer, existem sim limites para a invencionice. "Percebemos que o caminho é vincular a criação a sabores que estão na memória afetiva das pessoas como paçoca ou leite em pó, bem como as tendências mundiais que fazem sucesso em qualquer receita, como no caso da Nutella", explica a coordenadora de marketing. "Combinações muito ousadas não fazem o mesmo sucesso e, no nosso caso, não chegam a ir às gondolas". 
 

Chique ou com sabor de infância

Para dar um toque diferente no pão tradicional natalino, vale tudo: dar ares chiques ou então mais saudáveis para o produto. A marca italiana La Pastina, por exemplo, criou um panetone com creme à base de vinho prosecco DOC e massa aromatizada com uma mistura de óleos cítricos e açafrão (preço sugerido R$ 118, 900 g). Já a tradicional confeitaria Ofner, em São Paulo, apelou para os profiteroles no recheio do panetone, coberto com chocolate ao leite (R$ 109,90, 1 kg) como um de seus destaques para a estação.
 
O apelo aos sabores da infância também ajudam a vender no Natal - essa é a aposta, por exemplo, da marca Arcor, que transformou sua famosa paçoquinha Amor em recheio de panetone (R$ 19,90, 530 g). Uma maneira bem criativa de capturar os consumidores não só pelo estômago, mas também pelas afeições.