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Vegetarianos também merecem ceia farta no Natal: veja sugestões

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Imagem: Getty Images

Anna Fagundes

Do UOL

12/12/2017 04h00

Vegetarianos vão reconhecer a cena: seus parentes organizam um almoço ou uma ceia de Natal, avisam que “vai ter um prato” para você... E, de duas, uma: ou eles consideram salada de alface e tomate um prato completo ou vão acabar só no arroz e nos acompanhamentos para driblar a fome.

Entre a dúvida de levar uma marmita para a ceia e a vontade de evitar derivados de soja, os vegês precisam contar com a criatividade para terem uma noite feliz. Mas isso não é motivo para pânico: sabendo adaptar, todo mundo come bem também no Natal.

Adaptando o menu

Para a culinarista Rita de Cassia Boarges, do restaurante paulistano Sementina, abrir mão de proteína animal não precisa ser sinônimo de alimentação sem gosto, mesmo no Natal e Ano-Novo. “Basta apostar nas substituições corretas”, explica ela. Há vinte anos estudando alimentação natural, a culinarista tem na ponta da língua opções para um menu sem carne. “Saladas, quiches, tortas, suflês e mousses salgadas, por exemplo, garantem um visual bem bonito na hora de compor a mesa natalina”.

Aposte nos risotos e nas massas recheadas

Um prato de festa que agrada muita gente são os risotos. “Sugiro um um risoto de cevadinha, com cebola caramelizada e amêndoas. Ou um risoto de abobrinha e parmesão, para quem é ovolactovegetariano”, diz Rita de Cassia. Outra opção para quem cortou a carne, mas ainda consume produtos lácteos, é o risoto de beterraba com cubos dourados de queijo coalho (clique aqui para ver o preparo)

Outra opção bastante popular são as massas recheadas – seja com funghi ou com espinafre e ricota (para quem ainda consome queijos). Existe a possibilidade de produzir uma versão vegana do prato, com leite de castanha de caju para a base do molho – como na receita da loja de produtos italianos Eataly, em São Paulo (clique aqui para ver o preparo)

Invista em um prato chamativo

O acupunturista Lucas Kodiac é vegano, assim como sua família. Cozinheiro de mão cheia, ele prepara prato como estrogonofe de pinhão e grão-de-bico para as ceias de fim de ano, além de frutas e muitas saladas. “Grão-de-bico, quando bem preparado, é ouro! Foi o melhor estrogonofe da minha vida”, brinca ele. Sua sugestão para as ceias é “fazer um ou dois pratos mais bonitos e cheios, que possam servir um pouco as outras pessoas também. Por mais que eu ache que toda militância é necessária, mostrar pelo exemplo que existe uma alternativa de comer bem no Natal saudável, deliciosa e sem sofrimento pode ser mais efetivo. ”

Toques de requinte

Outra dica de Rita de Cassia para dar aquele ar chique nos pratos: quanto possível, acrescente vinho, “porque a bebida garante sabor e requinte”. Outra boa ideia: no preparo de frutas, pingue um pouco de limão para destacar ainda mais o sabor. E não esqueça dos condimentos. “Aposte em vegetais assados com alecrim e orégano ou use frutas secas ou grelhadas para incrementar algumas receitas”, diz ela.

“Saladinha”, não!

Se é para ter salada, que sejam saladas muito bem preparadas. Rita de Cassia sugere uma preparação com bardana (um tipo de raiz muito consumida em pratos orientais) com cenoura e gengibre. A culinarista descreve o preparo: fatie a bardana e dê uma pré-cozida. Reserve. Chapeie na frigideira cenoura, salsão e gengibre filetados. Coloque cada um dos ingredientes em camadas em uma travessa, intercalando para garantir um colorido bonito e harmonioso. Por fim, acrescente passas e castanhas picadas. Tempere com azeite e sirva.

Táticas para a ceia

Se sua a família não é vegetariana, os entrevistados têm uma sugestão: perguntar se tudo bem levar de casa um prato que você possa comer. A artista Má Matiazi, por exemplo, já teve problemas com os familiares por causa de um prato vegetariano – que todo mundo acabou comendo e quase não sobrou para ela. “Em casa, a gente escolhe um prato que acha delicioso, mas que dá um pouco de trabalho, ou que vão ingredientes caros. Recomendaria levar uma comida que você ama, mas em quantidade suficiente para a família experimentar também, por que eles vão e você corre o risco de passar fome em dobro!”