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Tendências gastronômicas para 2018 - O que você vai comer neste ano

Pratos e alimentos baseados em vegetais estarão em alta em 2018 - iStock
Pratos e alimentos baseados em vegetais estarão em alta em 2018 Imagem: iStock

Juliana Bianchi

Colaboração para o UOL

05/01/2018 04h00

Entra ano, sai ano e consultorias gastronômicas, produtores, indústrias e cozinheiros fazem suas apostas para ver quais serão os ingredientes, os tipos de cozinha e os valores alimentares que estarão em alta ao longo dos próximos meses.

Para 2018, as maiores cotações recaem sobre o crescimento da alimentação baseada em vegetais. Veja bem, não se trata apenas do aumento do número de opções para veganos convictos ou restaurantes especializados no assunto, mas da crescente oferta de produtos a base de sementes oleaginosas, legumes ou cereais, seja nos supermercados ou nos restaurantes, para aqueles que querem reduzir o consumo de proteína animal, ainda que sem radicalismos.

Tendência que vem pra ficar

De acordo com a consultoria americana Baun & Whitman, a “alimentação baseada em vegetais é o novo orgânico”, isto é, uma tendência que vem para ficar. Não à toa é cada vez mais comum encontrar opções vegetarianas em todo tipo de restaurante – de churrascarias a hamburguerias – e grandes indústrias como a Danone já se movimentam para lançar bebidas a base de leite vegetal.

Como consequência, outras grandes apostas para este ano são a valorização de pratos a base cogumelos, o uso de flores, como lavanda, hibisco e rosa, além do reaproveitamento completo de vegetais, tais como as folhas da cenoura, os talos do brócolis ou a casca da melancia.

Alimentação saudável e artesanal

Alimentos probióticos, como kumbucha, kefir, algumas conservas, queijos e leites fermentados, também devem seguir em alta, principalmente entre os produtores artesanais e os consumidores mais preocupados em manter uma alimentação saudável. Por isso mesmo, a febre do sem glúten deve recuar, para dar mais espaço a pães de fabricação artesanal, especialmente aqueles produzidos com fermentação natural.

Nessa mesma linha, xaropes e pastas de frutas como tâmaras, uvas-passas e damascos começarão a ser cada vez mais usados como alternativas para o açúcar refinado, assim como o mel e açúcares menos processados, como a rapadura.

A onda dos chocolates especiais, feitos da semente à barra, em pequenos lotes, por produtores artesanais deve chamar a atenção também no Brasil.

Oriente Médio

A cozinha do Oriente Médio também deve ficar sob os holofotes, o que nos dará mais oportunidades de conhecer a fundo especialidades culinárias de países como Israel, Líbano, Irã, Síria e Marrocos, começando pela difusão de temperos e especiarias típicas como o zatar, o cardamomo e a harissa. “Teremos muitos preparos com carne de carneiro e o uso de grãos”, aponta o consultor gastronômico Eduardo Scott. “É bem a cozinha do Ottolenghi”, diz, referindo-se ao chef Yotam Ottolenghi, autor do livro “Jerusalém”, lançado no Brasil pela editora Panelinha.

Ar para surpreender

Enquanto as receitas ancestrais ganham força entre os produtores artesanais, de acordo com o relatório de tendências da rede americana Whole Foods, a indústria apostará na modificação dos alimentos com a ajuda do ar para surpreender. Diferentes tipos de bebidas gasosas – sucos, chás e drinks – devem chegar às prateleiras, assim como petiscos e salgadinhos cada vez mais crocantes ou em forma de pipocas de diferentes sabores.

Café de terceira geração

As cafeterias também devem dar um novo salto neste ano com a oferta de novas técnicas de extração como cold brew e nitro, maior oferta de equipamentos especiais para torrefação e processamento caseiro, e microlotes de cafés superespeciais. Casas não especializadas também deverão passar a investir mais em blends próprios.