Iogurte, ketchup e outros alimentos que já foram ou surgiram como remédios
Coca-Cola, sucrilhos e ketchup são alguns dos produtos alimentícios que no passado podiam ser encontrados nas farmácias ou prescritos por médicos para tratar vários tipos de doença, de impotência sexual, à má digestão, calvície e malária. Dê só uma olhada!
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Ketchup
Esse condimento existe desde o século 17 na China, onde foi inventado. Porém, se antes era produzido com peixes e mariscos em conserva, quando chegou aos EUA foi pouco a pouco modificado até ser lançado como um remédio picante à base de extrato de tomate. Sua reformulação partiu do médico Archibald Miles, que em 1834 passou a prescrevê-lo para curar vários tipos de enfermidades, de diarreia à queda de cabelo.
Bolacha de água e sal
Antes de ir para a mesa do café da manhã, as primeiras versões de cream cracker eram consumidas como um remedinho pós-jantar. O motivo? Freavam o apetite sexual noturno, defendia o líder protestante Sylvester Graham, que em 1829 desenvolveu o produto para ser mordiscado toda vez que o tesão viesse. Sendo tão seco e sem gosto nem aroma, talvez funcionasse mesmo.
Chocolate
Segundo o site do Museu Field, em Chicago, nos EUA, ao chegar à Europa o cacau extraído das Américas foi receitado por médicos como estimulante e remédio para alguns tipos de doenças. Há até quem defenda que um inchaço no baço do cardeal francês Richelieu, do século 17, foi tratado com chocolate. Mas, com o tempo, misturado com açúcar, canela e mais tarde com o leite, o alimento caiu no gosto popular e deixou de ser um fármaco.
Gim-tônica
Tudo começou em meio a uma epidemia de malária, por volta de 1800. Na época, soldados britânicos a serviço na Índia adoeceram e começaram a ser tratados com um tônico analgésico elaborado a partir de uma substância química chamada quinina. Porém, por não aceitarem bem o gosto amargo do remédio, decidiram misturá-lo com gim, açúcar e limão, criando, sem querer, um drinque.
Adoçante
Ao menos três tipos surgiram em laboratórios farmacêuticos. O aspartame, em 1965, quando o químico norte-americano Jim Schlatter levou à boca as mãos sujas de um componente que estava sendo testado para um remédio contra úlcera e sentiu um sabor adocicado. Muito antes disso, a sacarina, de 1879, e o ciclamato, de 1937, também foram descobertos da mesma maneira.
Cereal de flocos de milho
Inventado nos EUA, em 1894, pelo médico Will Keith Kellogg, os primeiros sucrilhos eram indicados como suplementos vitamínicos para pacientes internados em hospitais. Com a repercussão positiva, se popularizam e também passaram a ser recomendados pelo Dr. Kellogg como uma fonte de energia alternativa à obtida pelo prazer sexual, que era tratado como um perigo à saúde.
Refrigerante de cola
O criador da Coca-Cola, o farmacêutico norte-americano John Pemberton, indicava a bebida preta, que na época era apenas um xarope de extrato de cola, para tratar vários tipos de males, de dor de cabeça à fadiga mental e impotência sexual, em 1886. Quase dez anos mais tarde, Caleb Bradham, outro farmacêutico dos EUA, inventou a enzima pepsina, que segundo ele auxiliava na digestão. Por serem refrescantes, ambos viraram refris!
Manteiga de amendoim
Em 1903, o médico norte-americano Ambrose Strub foi encarregado de desenvolver um alimento nutritivo que tivesse textura similar a de um filé de carne macio, pois os casos de pacientes idosos com problemas de mastigação haviam aumentado. A solução encontrada foi uma pasta cremosa, que depois de algumas décadas deixou de ser exclusividade dos hospitais e ganhou as prateleiras dos supermercados.
Licor
Obtido em 1845 pelo italiano Bernardino Branca, o licor Fernet Branca consistia em um preparado de ervas medicinais amassadas em álcool que era usado contra cólica e má digestão. Porém, seu reconhecimento só veio após 20 anos, durante uma epidemia de cólera, quando passou a ser misturado ao café e à água pura para matar o agente causador da doença. Com o fim da epidemia, foi adotado como bebida típica.
Iogurte
Pelas suas propriedades nutritivas e digestivas, o fermentado começou a ser usado como remédio na Turquia, entre os pastores de ovelhas, e mais tarde, no século 16, pelo rei francês Francisco I, que o incluiu na dieta para tratar de problemas intestinais. No entanto, sua comercialização como alimento comum só ocorreu a partir de 1900, por meio de campanhas promovidas pelo médico russo Ilya Ilyich Mechnikov.
Fontes: Livros Protecting America’s Health, de Philip J. Hilts; A História da Medicina: Das Primeiras Curas aos Milagres da Medicina Moderna, de Anne Rooney, A Assustadora História da Medicina, de Richard Gordon, e sites FDA (Food and Drug Administration) e Museu Field.
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